SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SEM ANISTIA

Atos defendem punição para golpistas; em Porto Alegre, com participação do Sintrajufe/RS, mobilização ocupou rua no Centro

Um ano após o ato golpista ocorrido em Brasí­lia, manifestantes se reuniram em diversas capitais para exigir punição para os invasores dos prédios dos Três Poderes e para os organizadores, financiadores e apoiadores da tentativa de golpe. Em Porto Alegre, com participação do Sintrajufe/RS, a manifestação fora marcada para o Sindicato dos Bancários, mas a afluência de pessoas foi tanta que o ato acabou acontecendo na rua.

Representantes de centrais sindicais, sindicatos, partidos polí­ticos, movimentos populares e lideranças se revezaram ao microfone na capital gaúcha, na rua General Câmara, em frente a centenas de apoiadores. Reforçaram a defesa da democracia e exigiram punição para todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Também apontaram que a democracia não pode prescindir de direitos sociais para os trabalhadores e as trabalhadoras.


Em sua intervenção, o ex-governador Tarso Genro (PT) disse que o ato golpista não foi um fato isolado, e sim o resultado de uma sequência iniciada com o impeachment de Dilma Rousseff (PT): do dia 8 de janeiro de 2023 começou com o impeachment de Dilma Rousseff: Um impeachment completamente manipulatório. Inclusive, colocou o próprio Supremo Tribunal Federal como cúmplice involuntário daquela manobra polí­tica. Ali começa a desestruturação institucional da democracia republicana no Brasil .

O desembargador Luiz Alberto de Vargas, que representava o TRT4 na atividade, confirmou que o Poder Judiciário nem sempre esteve no caminho da democracia, mas fez uma autocrí­tica e, por isso, foi atacado . Não podemos ser coniventes com o esquecimento, com a massificação, quando está em disputa valores republicanos. Se assim demonstrarem as provas e os processos, que os responsáveis sejam rigorosamente punidos porque é isso que o Brasil exige , defendeu.


A diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana destaca que reforçamos o entendimento de que é preciso que a população esteja sempre atenta e mobilizada para garantir a democracia. O que ocorreu no ano passado foi uma tentativa de golpe, frustrada pela reação do recém empossado governo Lula e das instituições. Mas mostrou a verdadeira face dos golpistas, que são capazes de passar por cima e desrespeitar qualquer pacto coletivo para atingir seus objetivos. A presença dos sindicatos, centrais e movimentos sociais nas ruas, exigindo a devida punição aos envolvidos nas barbáries ocorridas naquele dia, é fundamental para a manutenção da paz social. Sem anistia! .


Também presente na atividade, o diretor Zé Oliveira, que participou do ato, avalia que os atos em defesa da democracia, que foram realizados ontem, aqui em Porto Alegre, em Brasí­lia e em várias cidades do paí­s, reforçam a importância de estarmos atentos e preparados para qualquer ataque golpista às instituições e ao estado democrático de direito. A reação dos representantes das instituições e da população é fundamental na garantia de direitos, da democracia e da soberania do paí­s. Não é possí­vel conviver com o que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 e é necessária a apuração e a punição de todos aqueles e aquelas que conspiraram para o ataque à democracia brasileira perpetrado em Brasí­lia no ano passado .

Conforme o diretor do Sintrajufe/RS Marcelo Carlini, a não punição dos militares mostra o quanto segue a tutela da farda sobre a democracia. A impunidade dos crimes de 64 alimentou os crimes de 2023. Mas não para por aí­: o golpismo não começou com Bolsonaro, afinal, o impeachment de Dilma também foi um golpe, a prisão de Lula e seu impedimento de disputar as eleições de 2018, outro. Junto com o golpismo anda a pauta polí­tica da reforma trabalhista, previdenciária, administrativa, no seu conjunto avalizadas pelo Judiciário. A ausência calculada de Arthur Lira (PP-AL) no ato em Brasí­lia, após reunião com Bolsonaro, e também de dezenas de governadores, e a pressão mesmo dos ˜democratas™ por ˜mais reformas™, indicam que não se defende a democracia sem defender os direitos do povo. Portanto, não será a ˜união do Brasil™, mas a mobilização popular que pode defender a democracia .


Em Brasí­lia, Lula diz que não há perdão para quem atenta contra a democracia

Enquanto isso, em Brasí­lia, um ato polí­tico reuniu ministros, governadores, parlamentares e magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Lula (PT) defendeu a punição dos golpistas de 8 de janeiro: Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu paí­s e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas , disse Lula. O presidente também afirmou que, para fortalecer a democracia, é preciso garantir direitos sociais: Uma criança sem acesso à educação não aprenderá o significado da palavra democracia. Um pai ou uma mãe de famí­lia no semáforo, empunhando um cartaz escrito ‘Me ajudem pelo amor de Deus’, tampouco saberá o que é democracia. Aperfeiçoar a democracia é reconhecer que democracia para poucos não é democracia , disse.

Também houve manifestações em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Goiânia, Aracaju e João Pessoa.