SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

87,6 milhões: pela primeira vez o número de desempregados no Brasil supera o de pessoas ocupadas; Paulo Guedes só se preocupa em acabar com os direitos

O total de pessoas ocupadas no Brasil caiu para 85,9 milhões e o de desempregados totalizou 87,6 milhões. Os números são os piores da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí­lios Contí­nua, do IBGE, que teve iní­cio em 2012. Pela primeira vez, os desempregados superam o número de ocupados. Esse recorde inclui a soma dos desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego, número que teve alta de 15,3% no último trimestre, chegando a 5,4 milhões de brasileiros e brasileiras.

Se a economia já não estavam bem antes, piorou com a pandemia da covid-19. Em três meses, a taxa de ocupação encolheu 8,3%, ou 7,8 milhões de pessoas. A informalidade também caiu, de 40,6% para 37,6%, mas, de acordo com Adriana Beringuy, analista de pesquisa do IBGE, isso não é positivo. Numericamente, nós temos uma queda da informalidade, mas isso não necessariamente é um bom sinal. Significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho , avaliou.

Desemprego dispara, arrecadação despenca

O governo Bolsonaro não está respondendo nem à crise sanitária nem à crise econômica. Em plena curva ascendente de mortes e número de infectados, o paí­s já está há dois meses sem ministro à frente da Saúde. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua causando aglomerações em atividades públicas, e sem máscara sequer.

A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real de 32,92% em maio, de acordo com a Secretaria da Receita Federal; a arrecadação somou R$ 77,415 bilhões. Foi o pior para meses de maio desde 2005.

De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o adiamento do pagamento de tributos é o maior responsável pela queda na arrecadação de maio. Por causa da pandemia, o governo federal fez alterações no prazo de recolhimento de impostos, o que reduziu a arrecadação de maio em cerca de R$ 29,9 bilhões. A redução para zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) impactou a arrecadação de maio em R$ 2,351 bilhões.

Em vez de resolver a crise, governo ataca o funcionalismo e os trabalhadores do setor privado

Enquanto o paí­s caminha para o colapso, a única proposta apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é acelerar a retirada de direitos do funcionalismo, exatamente quem está à frente do atendimento à população que mais precisa da saúde pública, de educação, Justiça e segurança. Mas não para por aí­: mais de 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do setor privado já tiveram o contrato suspenso ou o salário reduzido na pandemia, cerca de um terço de todos os trabalhadores com carteira assinada no paí­s. Medida que foi aplicada, em grande maioria, sem a discussão com os sindicatos, e que poderia ter sido evitada se o governo redirecionasse recursos para garantir a folha de pagamento, usando parte das reservas internacionais, por exemplo.

Cidades e estados já estão implementando ou buscando colocar em prática outros ataques, mesmo em “perí­odo eleitoral”. Como o Senado aprovou, em 2019, a inclusão de estados e municí­pios na reforma da Previdência de Bolsonaro, governadores e prefeitos estão em ação para colocar em prática a “reforma”. Um exemplo é o Distrito Federal, onde foi aprovada, nessa quarta-feira, 1º, a redução de salário e de proventos de aposentadorias e pensões, mediante aumento das alí­quotas de contribuição.

Sintrajufe/RS, com informações de Estado de S. Paulo, O Globo, Opção e IBGE