SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

PLS 2441 E 2442/22 APROVADOS NA Cí‚MARA

Superamos o 0% dos últimos 4 anos e segue a luta para repor as perdas; acordo entre Rosa Weber, Lira e Pacheco amplia parcelamento e bloqueia emendas dos quintos

Após quatro anos sem nenhuma revisão salarial no governo Bolsonaro, foram aprovados nesta quarta-feira, 21 de dezembro, os PLs 2441 e 2442/2022, na Câmara dos Deputados, que garantem, a partir de 1º de fevereiro de 2023, a retomada da revisão salarial da categoria. Os projetos originais previam 18% parcelados entre abril de 2023 e julho de 2024. Caso aprovada no Senado, a nova versão garantirá 19,25%, parcelados em 1º de fevereiro de 2023 (6%), em 1º de fevereiro de 2024 (6º) e em 1º de fevereiro de 2025 (6,13%), ou seja, em um perí­odo total de 24 meses.

Com a concordância formalizada em ofí­cio do Supremo Tribunal Federal (STF), assinado pela ministra Rosa Weber, a reposição salarial de servidores e servidoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU) será paga em três anos, e não em dois, como previam as propostas enviadas pelos dois órgãos ao Congresso Nacional. O projeto inicial, que já era insuficiente para repor as perdas acumuladas durante o governo Bolsonaro (mais de 30%), teve ampliado o parcelamento para 3 anos.

O Sintrajufe/RS voltou a Brasí­lia esta semana e acompanhou a movimentação em torno dos projetos, pressionando o STF e os deputados pela aprovação no prazo original. No entanto, em especial a presidente do STF, ministra Rosa Weber, com uma postura intransigente e falta de diálogo, não recebeu a representação nacional dos servidores e das servidoras, a Fenajufe, ficando inerte e, ao final, se subordinando ao que Lira e Pacheco articulavam no Congresso Nacional para a revisão salarial de servidores e servidoras, ampliando o parcelamento. Ao mesmo tempo, andam a passos largos os procedimentos para garantir polpudos valores à magistratura que, via decisão do Conselho da Justiça Federal, receberia retroativos do adicional de tempo de serviço.

O deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), relator, apresentou, diretamente em plenário, um substitutivo ao PL 2441/2022 (reposição do PJU). A proposta prevê que a reposição passa de quatro parcelas em dois anos para três parcelas, em três anos, sucessivas e cumulativas, assim divididas: 6% a partir de 1º de fevereiro de 2023, 6% a partir de 1º de fevereiro de 2024 e 6,13% a partir de 1º de fevereiro de 2025.

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Lira não aceitou inclusão de emendas que garantiriam a revisão salarial a colegas com decisão administrativa nos quintos, STF aceitou a imposição

Um outro ponto, que se buscou resolver até o último momento, por meio de emenda aos PLs através de parlamentares, envolve os valores a serem compensados por servidores e servidoras que não possuem decisão judicial sobre os quintos, na parte que trata de valores incorporados entre abril de 1998 e setembro de 2001.

A direção da Fenajufe e do Sintrajufe buscaram incluir emendas aos PLs, no que contou com concordância de vários deputados e deputadas. No entanto, ao final, restaram, por imposição, em especial do presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, mais uma vez com a inércia da presidência do STF, votados os projetos sem qualquer emenda, exceto a alteração do parcelamento.

Com suporte da deputada Erika Kokay (PT-DF), foram feitas várias tentativas para garantir a emenda, mas não foi obtido êxito. Neste quadro, o assunto deve ser retomado com o STF para encaminhamento de nova proposta ou emenda em projeto em tramitação. A análise pelas assessorias jurí­dicas das entidades também será realizada para avaliar possí­veis alternativas. Com a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados, o projeto segue à apreciação no Senado Federal, o que tem previsão de ocorrer ainda nesta semana.

Bolsonaro enrolou e manteve o zero por 4 anos, STF e PGR seguem a mesma linha para servidores e servidoras

A categoria está em campanha salarial desde o iní­cio de 2022. Ao longo do ano, foram realizadas várias mobilizações, atos públicos, também em conjunto com demais categorias do funcionalismo federal, e caravanas a Brasí­lia. A luta deu resultado; sob pressão, o STF apresentou uma proposta, o PL 2441/2022, e a PGR, o PL 2442/2022.

O STF demorou para enviar uma proposta de reposição salarial dos servidores e servidoras. Por outro lado, vem articulando pela aprovação da PEC 63/2013. O presidente não reeleito, Jair Bolsonaro (PL), desengavetou a PEC no primeiro semestre deste ano e, segundo a imprensa, colocou a digital para tentar a aprovação. A proposta beneficia membros da magistratura e do Ministério Público ao buscar restabelecer o pagamento dos quinquênios, computando o tempo de exercí­cio anterior em carreiras jurí­dicas . Isso pode significar um reajuste imediato de até 35% para os magistrados.

Além disso, a partir de decisão do Conselho da Justiça Federal, os juí­zes podem receber valores retroativos de até R$ 2 milhões, o que é um escárnio com a realidade de servidores e servidoras e, em especial, dos mais necessitados, quando acompanhamos, na mesma semana, a dificuldade para garantir a manutenção de um auxí­lio emergencial de R$ 600,00.

Mesmo em perí­odo de recesso do Judiciário, o Sintrajufe/RS está em Brasí­lia nesta semana, representado pela diretora Arlene Barcellos e pelo diretor Marcelo Carlini, juntamente com a Fenajufe e outras entidades. O sindicato seguirá na luta pela reposição de todas as perdas e não irá aceitar o rebaixamento salarial imposto pelo STF e pelos presidentes da Câmara e do Senado, no apagar das luzes do governo Bolsonaro. No governo Lula, precisamos por fim ao teto de gastos (EC95), justificativa usada por eles para nossas perdas e desmantelamento dos serviços públicos, não damos o caso como encerrado , afirma Carlini.

Passamos 4 anos sem nenhuma reposição pelo governo Bolsonaro, e agora Lira e Pacheco, com Rosa Weber e Aras, aprovam projetos que, apesar da importância de sairmos do 0% dos últimos 4 anos, ainda estamos longe da recomposição de todas as perdas salariais. Apesar de ter recursos suficientes no orçamento, o STF e a PGR sujeitaram os servidores e servidoras a uma proposta rebaixada. A categoria precisa dar a resposta, seguiremos mobilizados e atuando pelas recuperação do que nos tiraram , conclui Arlene.