SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Mesmo sob forte chuva, protesto em frente ao HPS denuncia a reforma administrativa de Bolsonaro

O Dia Nacional de Luta contra a reforma administrativa foi marcado por forte chuva em Porto Alegre. Mesmo assim, dezenas de pessoas estiveram em frente ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) para protestar contra a proposta do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e exigir a ampliação e a melhoria dos serviço públicos. Sindicatos das três esferas do funcionalismo, além da CUT e da CTB, estiveram presentes, denunciando os prejuí­zos que a reforma pode trazer ao conjunto da população brasileira. O Sintrajufe/RS participou do ato com diversos representantes da direção e colegas da base da categoria. Manifestações contra a reforma estão sendo realizadas nesta quarta-feira em várias cidades do paí­s, inclusive no interior do Rio Grande do Sul.

No final da manhã, como estava previsto, os trabalhadores e as trabalhadoras se postaram em frente ao HPS e, com faixas denunciando o governo, usaram o microfone para lembrar que a reforma administrativa, se aprovada, irá representar o fim dos serviços públicos no Brasil. O princí­pio da subsidiariedade, que a reforma pretende incluir na Constituição, inverterá a lógica do Estado, priorizando a iniciativa privada e, na prática, deixando desassistidos na saúde, na educação e em outros serviços todos e todas que hoje concretizam esses direitos gratuitamente.

Cientes da importância de barrar a reforma, dezenas de pessoas compareceram ao ato mesmo com a forte chuva que caí­a na cidade. A escolha do HPS como local para a manifestação não foi por acaso: mesmo com as dificuldades e a falta de investimento, trata-se de um dos importantes espaços de atendimento de saúde gratuito oferecido à população de Porto Alegre e que será diretamente atingido pelo escopo da reforma administrativa.

Crí­ticas e denúncias deram o tom do ato

O diretor do Sintrajufe/RS Fabrí­cio Loguércio, presente ao ato, usou a palavra pela CTB e destacou que o objetivo da reforma é o fim dos serviços públicos: Bolsonaro quer acabar com o direito da população de ter saúde, educação, segurança pública , disse. Também diretora do sindicato, Arlene Barcellos criticou a posição do governo de colocar a culpa pelos problemas nos servidores públicos, sendo que, para qualificar os serviços oferecidos à população e promover o desenvolvimento do paí­s, é preciso ampliar os investimentos e valorizar os servidores e servidoras: fui servidora 35 anos, lutei pela defesa do serviço público e agora, aposentada, é duro ver o desmonte feito por um governo entreguista, que quer entregar para a iniciativa privada tudo o que temos , criticou.

A diretora Clarice Camargo denunciou a reforma como um ataque aos serviços públicos e às vidas dos brasileiros, e apontou o caminho: só com luta vamos garantir o mí­nimo de dignidade para a população . Cristina Viana, também diretora do Sintrajufe/RS, completou: se passar a reforma, não vamos ter o SUS, não vamos ter o HPS . Por sua vez, Marcelo Carlini, comemorou a realização da atividade “sabí­amos que não reunirí­amos milhares de uma só vez, há muita mentira por parte do governo que temos que desmontar, muitos colegas ainda não sabem que essa PEC pega todo mundo, antigos e futuros, ativos e aposentados… todo mundo perde, mas quem mais perde é o povo. Essa reforma não presta!”

O diretor Zé Oliveira afirmou que a reforma representa a destruição dos serviços públicos: é acabar com a saúde, a educação, o acesso à Justiça, acabar com o acesso gratuito. E é fortalecer o apadrinhamento nos órgãos, em vez dos concursos. O que está em jogo é o acesso dos mais necessitados aos serviços públicos . O diretor Paulo Guadagnin, outro que esteve no ato, explicou que, mesmo com as dificuldades do momento, o ato demonstrou a disposição de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras: É preciso tomar as ruas e mostrar a disposição da classe trabalhadora para defender os serviços públicos , defendeu. No mesmo sentido falou o colega Milton Oliveira, da Justiça do Trabalho: Quem é de luta precisa ir pra rua. Não resta outra alternativa do que estar na luta. Precisamos mostrar resistência .

A diretora Mara Weber lembrou que o HPS é um sí­mbolo de atendimento gratuito e, assim, do que está ameaçado pela reforma administrativa: As reformas trabalhista e da Previdência não trouxeram nada de bom para o Brasil, e agora vai ser assim de novo com a reforma administrativa , advertiu. Também diretora, Rosseny Alves esteve no ato para denunciar que a reforma, se aprovada, representará o fim dos serviços públicos, e é a população quem vai sofrer .

“Fora Bolsonaro” e “fora Marchezan” revelaram a impaciência dos trabalhadores

O ato unificou as lutas dos servidores e das servidoras federais, estaduais e municipais. Assim, os gritos de Fora Bolsonaro e Fora Marchezan se alternaram, revelando e denunciando o alinhamento entre as polí­ticas nacionais e locais, que incluem, ainda, o governador Eduardo Leite (PSDB). Em algumas falas, foi denunciada a demissão de quase 1,3 mil trabalhadores e trabalhadoras da saúde, mesmo em meio à pandemia, por decisão do prefeito Nelson Marchezan Jr.

Foi lembrado, ainda, que a reforma administrativa de Bolsonaro e Paulo Guedes atinge a todos e todas: servidores federais, estaduais e municipais e, além destes, o conjunto dos trabalhadores e das trabalhadoras. Isso porque o desmonte não é a solução para os problemas da população. Pelo contrário: é necessário mais investimentos e mais direitos, e não menos, para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras.

Veja abaixo a lista, por ordem alfabética, das entidades que participaram do ato desta quarta-feira:

Afocefe

Aspge/RS

Asserlegis

Assibge

Assufrgs

Cpers

CTB/RS

CUT/RS

Fenajud

Intersindical

Senergisul

Simpa

Simpe

Sindicaixa

Sindiserf

Sindispge

Sindjus

Sindoif

Sindpers

Sindsepers

Sintergs

Sintrajufe