SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

CONVERSA ENTRE AMIGOS

Em evento promovido por banco, Paulo Guedes se gaba de “reforma administrativa invisível”; Luta de servidores por reposição, contra a PEC 32 e às privatizações será dura

O ministro da Economia Paulo Guedes admitiu, nessa terça-feira, 22, que o governo vem promovendo uma “reforma administrativa invisível”, desmontando os serviços públicos mesmo sem a aprovação da PEC 32/2020. As declarações foram dadas em tom de comemoração em evento promovido pelo banco BTG Pactual. Isto não diminui a vitória parcial dos servidores no impedimento da votação da reforma administrativa em 2021, mas mostra que o governo aproveitou a pandemia para seguir atacando os trabalhadores, trabalhadoras e os serviços públicos.

Com a expressão “reforma administrativa invisível”, Guedes se referiu às medidas que o governo de Jair Bolsonaro (PL) vem tomando para reduzir investimentos e estruturas e privatizar empresas estatais e públicas. Além disso, destacou como positivo o congelamento dos salários de servidores e servidoras: “Quanto pedimos a trégua de reajustes por causa da pandemia, foram R$ 160 bilhões que não se transformaram em tentativa de reposição de perdas inevitáveis na pandemia”, disse, referindo-se à União, estados e municípios. E defendeu que, agora, falta “estabelecer regras para os novos servidores”, referindo-se à reforma administrativa, que, na verdade, irá atingir todo o funcionalismo e prejudicar o acesso da população aos serviços públicos.

Para Guedes, aumento real conquistados em outros governos é lamentável

Guedes ainda lamentou que “governos anteriores” contrataram novos funcionários públicos e deram aumento real aos servidores, e argumentou que o governo está “no caminho certo” e que agora o momento é de seguir com as privatizações.

As declarações de Guedes demonstram o óbvio: o governo segue com seu projeto de destruição dos serviços públicos, dos direitos dos trabalhadores e do patrimônio dos brasileiros e brasileiras. Esse projeto está assentado em propostas como a reforma administrativa e a privatização de empresas estratégicas, objetivos que Bolsonaro e Guedes ainda não abandonaram, mesmo que seu mandato atual esteja no fim.

O congelamento salarial também faz parte dessa conta e foi comemorado por Guedes no evento do BTG Pactual. Assim, fica claro mais uma vez que apenas uma grande mobilização de servidores e servidoras poderá conquistar a reposição que as categorias reivindicam. O pedido, unificado entre o funcionalismo federal, é de 19,99%, repondo apenas as perdas acumuladas durante o mandato do atual governo. Por outro lado, Bolsonaro e Guedes não negociam com os sindicatos e soltam, via imprensa, balões de ensaio com sugestões como reajuste só para policiais ou aumento no vale alimentação, o que excluiria todos os aposentados e aposentadas.

Março vem quente

A campanha salarial dos servidores para derrotar o congelamento já está em andamento, o estado de alerta para derrotar a PEC 32 também. Atos públicos vêm sendo realizados por diferentes categorias em diversas partes do país, inclusive Brasília. Em Porto Alegre, dois protestos aconteceram no mês de fevereiro, nos dias 15 e 23, com participação do Sintrajufe/RS. O objetivo é construir a unidade das categorias e repetir a fórmula de luta conjunta que impediu a aprovação da PEC 32 no ano passado. No dia 16 de março estão previstas novas mobilizações.