A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou o mapa dos feminicídios no estado, com dados que revelam uma situação muito grave: em 2022, houve aumento de 10,4% nesse tipo de assassinato em relação ao ano anterior.
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Foram, no ano passado, 106 casos de assassinatos de mulheres em situação de violência doméstica e familiar ou em razão do menosprezo ou discriminação à sua condição. Esse número vinha caindo entre 2018 e 2020, mas voltou a subir em 2021 e, agora, subiu mais uma vez.
O aumento não é exclusividade do Rio Grande do Sul: no Relatório do Gabinete de Transição Governamental, o grupo que tratou das políticas para as mulheres apontou a gravidade do problema. No primeiro semestre de 2022, o Brasil bateu recorde de feminicídios, registrando cerca de 700 casos no período. Em 2021, mais de 66 mil mulheres foram vítimas de estupro; mais de 230 mil brasileiras sofreram agressões físicas por violência doméstica. Os dados são do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Embora todas as mulheres estejam expostas a essas violências, fica evidente o racismo: as mulheres negras são 67% das vítimas de feminicídios e 89% das vítimas de violência sexual.
O mapa elaborado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontou ainda que, em 92,4% dos casos registrados no estado no último ano, o autor do feminicídio é ou foi companheiro da vítima, e 72,6% dos casos ocorreram na residência da mulher. Além disso, 80,2% das mulheres mortas em feminicídios no Rio Grande do Sul em 2022 não tinham nenhuma medida protetiva e metade nem sequer tinha registrado um fato anterior para que a polícia pudesse iniciar um atendimento. Esses dados reforçam a importância de que vítimas de violência doméstica procurem ajuda, não esperem a situação se agravar.
Como procurar ajuda
As vítimas ou aqueles que presenciam algum tipo de violência contra a mulher podem denunciar pelo Disque 180, pelo WhatsApp da Polícia Civil (51) 98444-0606 ou por meio da Delegacia Online da Mulher. A Polícia Civil do RS tem 86 unidades especializadas no atendimento.
Jornada Feminista Plurissindical debate tema desde 2020
Desde o ano de 2020, o Sintrajufe/RS e outras entidades promovem a Jornada Feminista Plurissindical. São debates, painéis e intervenções em atos públicos para defender direitos e combater todas as formas de violência sofridas pelas mulheres. Participam da Jornada, além do Sintrajufe/RS, Sindipetro/RS, Sindiágua/RS, Fetrafi, Sindibancários/POA, SEMAPI e Sindicato Bancários Litoral Norte.
Em 2021, por exemplo, no contexto da Jornada, as entidades promoveram o debate Violências contra as mulheres: Não se cale! Denuncie! . Assista abaixo na íntegra:
Com informações do site GZH e da Agência Brasil.