O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, garantiu na última semana que, após as eleições marcadas para outubro, o governo de Jair Bolsonaro (PL) irá retomar as ações para votar e aprovar no Congresso a reforma administrativa (PEC 32/2020), que destrói os serviços públicos. A declaração foi dada em entrevista à Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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Nogueira, um dos principais ministros de Bolsonaro, lamentou que, conforme avalia, o processo eleitoral tenha sido muito antecipado , o que teria dificultado a discussão da reforma administrativa (e também da tributária) no Congresso. E foi definitivo: Não tenho dúvida que nós iremos fazê-la (a reforma administrativa) depois das eleições, é um debate importante, nós temos que voltar , garantiu. Ele disse acreditar na aprovação da reforma, já que esse tipo de projeto contaria com apoio do Congresso, em sua avaliação.
Na semana passada, em entrevista à TV Jovem Pan, Bolsonaro adotou linha semelhante. Na ocasião, disse que a reforma tributária dificilmente será aprovada no atual governo, mas afirmou que a administrativa talvez seja possível e que aprová-la seria um grande avanço .
É fundamental, portanto, seguir a luta para impedir a aprovação da reforma e acabar com o governo. A defesa dos serviços públicos precisa ser feita com mobilização de todas as categorias, repetindo a unidade que foi vitoriosa no ano passado.
A luta contra a reforma administrativa corre, agora, paralela à campanha salarial, que já vem forjando essa unidade. Servidores federais, estaduais e municipais têm construído juntos mobilizações por reposição, apesar da resistência do governo. São pautas que se complementam como defesa dos serviços públicos, dos direitos de servidores e servidoras e da garantia do acesso da população.

A campanha salarial de servidores e servidoras reivindica reposição de 19,99%, índice referente às perdas apenas durante o governo Bolsonaro. A campanha, que tem tido mobilizações nos estados e em Brasília terá sua próxima atividade no dia 1º de abril, com um ato público em Porto Alegre, às 10h, unificando servidores e entidades das três esferas, com saída da caminhada do Instituto de Educação (avenida Osvaldo Aranha, 527).