SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

SOBERANIA

Governo reduz preços de combustí­veis para distribuidoras enquanto retoma tributos; centro da questão não é tributação, mas polí­tica de preços, diz FUP

Neste iní­cio de semana, o governo Lula (PT) anunciou alterações nos preços e nas tributações dos combustí­veis no paí­s. A Federação única dos Petroleiros (FUP), no entanto, destacou que apoia as decisões, mas que o centro da questão está, de fato, na polí­tica de preços que a Petrobras vem praticando nos últimos anos.

Na segunda-feira, 27, o Ministério da Fazenda anunciou a volta da cobrança de impostos federaisPIS, Cofins e Cidesobre os combustí­veis, com a qual pretende recuperar R$ 28,8 bilhões na arrecadação. O governo ainda explicou que a cobrança será maior sobre combustí­veis fósseis, como a gasolina, por conta do impacto ambiental, em relação ao etanol. A cobrança havia sido suspensa pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), em uma medida com viés eleitoreiro que duraria apenas até dezembro do ano passadoe que acabou estendida por Lula até agora para minimizar o impacto do retorno das cobranças.

Também para que o efeito sobre o consumidor não fosse tão grande, o governo decidiu reduzir, via Petrobras, os preços de gasolina e diesel para as distribuidoras. O preço médio de venda de gasolina A para as distribuidoras passará de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro ” uma redução de R$ 0,13 por litro (ou queda de 3,92%).

PPI precisa acabar

A FUP concorda com ambas as alterações, inclusive com a diferença na tributação entre gasolina e etanol. Destaca, porém, que o cerne da questão é outro. Em entrevista ao Brasil de Fato, o coordenador-geral da Federação, Deyvid Bacelar, foi claro: Nós acreditamos que a desoneração não é a solução para o problema dos preços dos combustí­veis. A solução definitiva é a mudança da polí­tica de preço. Mas entendemos que temos que ter um equilí­brio .

O que a FUP defende é o fim da polí­tica chamada Preço de Paridade de Importação (PPI), implementada pelo governo de Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro. O PPI vincula o preço às oscilações do mercado internacional, com base nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustí­veis. Por estar vinculado ao sistema internacional, a variação do dólar e do barril de petróleo tem influência direta no cálculo dos combustí­veis da Petrobras. Nesse contexto, não há saí­da sem encerrar a polí­tica do PPI, investir na Petrobras e restabelecer o controle soberano sobre o petróleo brasileiro.

Com informações da CUT, do Brasil de Fato, da FUP e do G1