SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

RECONSTRUÇÃO NÃO PODE PARAR

Governo Lula anuncia contratação de mil concursados para o INSS; gatilhos e amarras do arcabouço ameaçam novas nomeações

O governo Lula (PT) oficializou, na segunda-feira, 12, após publicação no Diário Oficial da União, a autorização para que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) efetive a contratação de mil técnicos de seguro social. Eles foram aprovados no último concurso da instituição.

Em seu perfil no Twitter, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), comemorou a liberação das nomeações: Estamos avançando e, com este novo reforço, vamos trabalhar para restabelecer a dignidade dos brasileiros que procuram a Previdência Social , escreveu. As contratações são um passo importante na reconstrução do INSS, sucateado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

No governo anterior, o INSS contratou sem concurso militares da reserva para fazer o serviço que deveria ser feito por trabalhadores concursados e especializados. Esse processo foi, em março deste ano, considerado inconstitucional após análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

Enquanto os cargos vagos cresciam e parte deles era ocupada por militares, a situação no órgão piorava. No final do ano, após bloqueios orçamentários, o INSS chegou a estar ameaçado de fechar agências e paralisar serviços, com suspensão de perí­cias, atrasos em pagamentos do INSS e interrupção de contratos com terceirizados. Na época, funcionários descreveram o cenário como fim do mundo ou, tecnicamente, um shutdown, termo em inglês que significa desligar .

Para a população, o INSS no governo anterior era motivo de estresse e espera. As filas chegavam a um ano. Em 2020, a fila de espera para receber benefí­cios tinha mais de um milhão de pessoas. A situação ficou tão grave que o governo passou a usar robôs para analisar pedidos de benefí­cios e as máquinas passaram a negar a milhares de trabalhadoras e trabalhadores um direito garantido pela legislação brasileira.

Acre10
Alagoas13
Amapá11
Amazonas57
Bahia51
Ceará25
Distrito Federal8
Espí­rito Santo11
Goiás14
Maranhão24
Mato Grosso22
Mato Grosso do Sul14
Minas Gerais122
Pará58
Paraí­ba16
Paraná32
Pernambuco31
Piauí­10
Rio de Janeiro192
Rio Grande do Norte16
Rio Grande do Sul48
Rondônia20
Roraima12
Santa Catarina30
Sergipe6
Tocantins13
São Paulo137

Gatilhos do novo arcabouço fiscal podem proibir concursos

Ao mesmo tempo, está em discussão no Congresso o projeto de lei complementar (PLP) 93/2023, que estabelece um novo arcabouço fiscal no paí­s. Entre outras medidas, o novo regime poderá incluir gatilhos a serem disparados caso o governo não cumpra as metas fiscais estabelecidas a cada ano. Esses gatilhos passam, inclusive, pela proibição de concursos públicos, o que tem gerado questionamentos de sindicatos e centrais. Essas e outras amarras incluí­das no projeto de novo arcabouço fiscal podem travar a polí­tica escolhida pela população nas últimas eleições, da qual faz parte a reconstrução dos serviços públicos. No INSS, que precisará de mais contratações para recompor-se após o recente processo de precarização, novos concursos poderão acabar proibidos caso o novo regime fiscal seja aprovado como está.

Envie e-mail para os senadores gaúchos sobre o novo arcabouço

O Sintrajufe/RS iniciou uma campanha de envio de e-mail aos senadores do Rio Grande do Sul, sobre o projeto de lei complementar (PLP) 93/2023, que cria um novo regime fiscal para o Brasil em substituição ao atual teto de gastos. Segundo o Senador Omar Aziz (PSD/AM), relator no Senado, o projeto pode ser votado até o dia 22 de junho. A proposta, que foi piorada pelo relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA), tem gerado diversas preocupações para os trabalhadores e trabalhadoras, inclusive por conta de gatilhos que podem impedir a realização de concursos públicos e o reajuste dos salários de servidores e servidoras.

Veja abaixo texto sugerido pelo Sintrajufe/RS para ser enviado aos senadores:

Senhor Senador,

O governo que encerrou seu mandato em 31/12/2022 estourou em R$ 749 bilhões a Emenda Constitucional 95/2016 (Teto de Gastos), evidenciando que esse teto é impraticável e deveria ser revogado.

Não se justifica, portanto, a imposição do arrocho fiscal contido no PLP 93/2023 (Novo Arcabouço FiscalNAF), que o Senado recebeu da Câmara, com amarras e gatilhos que pioraram ainda mais a proposta, subordinando as contas públicas aos interesses dos rentistas.

A população precisa de mais e melhores serviços públicos! Passou da hora de dar fim aos privilégios dos super-ricos, dos que não trabalham, que só vivem de juros e que em nada contribuem com a economia do paí­s. O crescimento robusto dos gastos sociais e a ampliação dos investimentos públicos são as verdadeiras alavancas para o desenvolvimento, reduzem a pobreza e as desigualdades sociais.

Por isso, dirijo-me a V. Exa. para pedir a retirada de todas as amarras e gatilhos, que impedem a reconstrução dos serviços públicos e o atendimento das necessidades urgentes da população, a começar:

“ Retirada da proibição de reajustes salariais dos servidores e das servidoras, da realização de concursos públicos, da criação e da reestruturação de carreiras em caso de não cumprimento de metas fiscais;

“ Em defesa das complementações da União para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), retirada Fundo do cálculo dos limites;

“ Por de verbas da saúde e da educação acima dos pisos mí­nimos constitucionais;

“ Defesa do piso nacional da enfermagem, sem vinculação a limites e ao superávit primário;

A prioridade no orçamento deve ser o povo!


Veja abaixo os contatos dos três senadores do Rio Grande do Sul:

Paulo Paim (PT)[email protected]
Luiz Carlos Heinze (PP)[email protected]
Hamilton Mourão (REP)[email protected]
WhatsApp: (51) 91531583