Na última semana, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) divulgaram nota oficial denunciando o assassinato de mais de cem jornalistas por Israel na região da Palestina. A grande maioria se trata de profissionais palestinos.
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Conforme a nota, é evidente que a quantidade do número de jornalistas mortos em tão curto período e a desproporção na quantidade de profissionais palestinos assassinados indicam que o que está em curso na Faixa de Gaza não é uma guerra regular entre forças militares, mas um verdadeiro extermínio do povo palestino empreendido pelo Estado de Israel . O texto aponta, ainda, que as dezenas de jornalistas assassinadosem ataques que muitas vezes matam, igualmente, seus familiarestambém indicam uma clara tentativa de cercear a livre circulação de informações e que a ação de Israel, portanto, é um escandaloso massacre da categoria profissional dos jornalistas e de toda a classe trabalhadora palestina .
Na nota, as entidades também defendem que o governo rompa relações com o Estado de Israel: Não há como compactuar com as crescentes atrocidades e crimes de guerra cometidos pelas forças armadas de Israel, por determinação de um governo sionista e fundamentalista que pretende nada menos que apagar a Palestina do mapa mundi. Por essa razão, não basta apenas demonstrar repúdio ao morticínio empreendido por Israel. Cada vez mais, há quem peça ao governo brasileiro para aderir à iniciativa BDS e romper relações comerciais e diplomáticas com o Estado de Israel , diz o texto.
Plenária da Fenajufe aprovou moções sobre o tema
Em novembro de 2023, durante a XXIII Plenária Nacional da Fenajufe, foram aprovadas duas moções sobre o tema. Uma delas, com o título Solidariedade ao povo palestino! Parem o Genocídio! Fim do Bloqueio a Gaza! , manifesta profundo repúdio aos bombardeios contra milhares de civis, crianças, mulheres, escolas e hospitais em Gaza e o recrudescimento da repressão letal na Cisjordânia, ocupada por Israel, que, a pretexto de responder à ação armada do Hamas que não poupou civis, comete novos crimes de guerra e de lesa-humanidade e opera um verdadeiro genocídio . Destaca ainda que a luta do povo palestino, que já dura mais de 75 anos, é em defesa do direito à sua terra, uma vida segura, com acesso a direitos básicos, o que somente pode ser alcançado pela construção de uma paz duradoura na região, assegurando que árabes, judeus e cristãos possam viver harmonicamente em condições de democracia e direitos iguais para todos, independentemente de credo ou etnia . Veja abaixo o texto na íntegra:
Solidariedade ao povo palestino! Parem o Genocídio! Fim do Bloqueio a Gaza!
A XXIII Plenária Nacional da Fenajufe movida pelo princípio da solidariedade internacionalista, diante do genocídio em curso contra o povo palestino, soma-se aos movimentos em todo o mundo no apelo pelo imediato cessar-fogo e pelo fim do bloqueio a Gaza.
Manifestamos profundo repúdio aos bombardeios contra milhares de civis, crianças, mulheres, escolas e hospitais em Gaza e o recrudescimento da repressão letal na Cisjordânia, ocupada por Israel, que, a pretexto de responder à ação armada do Hamas que não poupou civis, comete novos crimes de guerra e de lesa-humanidade e opera um verdadeiro genocídio. A brutal ofensiva israelense é, mais do que um ato de vingança. Nos fatos, o que está em curso é a expulsão da população de Gaza para perpetuar a colonização israelense de toda a Palestina.
Em diversas partes do mundo se realizam atos, inclusive com grande participação de Judeus, em solidariedade ao povo palestino. Nova Yorque, Londres, Istambul, Buenos Aires, Madri Todas exigem o cessar fogo e o fim do bloqueio a Gaza.
Fato também é que passado um mês segue um show de horrores enquanto a ONU segue debatendo suas resoluções, com responsabilidade direta e criminosa do governo Biden. A Bolívia, por sua vez, rompeu suas relações diplomáticas com Israel, a Colômbia, áfrica do Sul, Chile e Honduras chamaram de volta seus embaixadores. No Brasil, cuja diplomacia empreendeu esforços pelo cessar fogo e ajuda humanitária e tem sido voz firme de denúncia do massacre de civis, com a reunião do embaixador de Israel com Bolsonaro e um grupo de deputados, além de uma indevida interferência na vida política nacional, mostra que também é preciso subir o tom. É preciso questionar os convênios militares estaduais e federais, intercâmbios e relações diplomáticas com Netanyahu, *que deve necessariamente responder pelos inúmeros crimes de guerra cometidos aos olhos da comunidade internacional, valendo-se da inoperância e total ineficiência dos organismos multilaterais internacionais.
A luta do povo palestino, que já dura mais de 75 anos, é em defesa do direito à sua terra, uma vida segura, com acesso a direitos básicos, o que somente pode ser alcançado pela construção de uma paz duradoura na região, assegurando que árabes, judeus e cristãos possam viver harmonicamente em condições de democracia e direitos iguais para todos, independentemente de credo ou etnia.
A XXIII Plenária Nacional da Fenajufe orienta os sindicatos em todo o País a se fazerem presente nos atos convocados para o próximo dia 29 de novembro, data estabelecida pela Nações Unidas como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, celebrada desde 1977. Além disso, orienta a construção e participação em comitês unitários em solidariedade ao povo palestino! Pelo imediato cessar-fogo e fim do bloqueio! Parem o Genocídio!
Veja AQUI todas as moções aprovadas sobre o tema.
Foto: International Federation of Journalists – IFJ