Na última quinta-feira, 20, os trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul viveram um dia de importantes mobilizações. Em Porto Alegre e no interior, centenas de colegas participaram das atividades convocadas pelo Sintrajufe/RS a partir do dia nacional de lutas chamado pela Fenajufe. A seguir, diretores e diretoras do sindicato, diretores e diretoras de base e colegas que organizaram as atividades em suas cidades avaliam as mobilizações do dia 20 e reforçam a importância da continuidade da luta:
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Direção Executiva: “Disposição da categoria e indignação”
Arlene Barcellos A disposição da categoria em participar das atividades chamadas pelo sindicato foi demonstrada nesse dia 20/3. Há indignação de um lado, com a demora na apresentação do projeto pelo STF de reestruturação da carreira, que vem sendo debatido há mais de ano no Fórum de Carreira, e de outro pela rapidez que a magistratura se autoconcede penduricalhos avançando sobre o orçamento em prejuízo ao pagamento de direitos dos servidores e servidoras. A história nos mostra que sempre para os servidores e servidoras foi preciso muita luta não só para avançar em direitos, mas também para não perder aqueles duramente conquistados. Como é o caso do plano de saúde dos colegas da Justiça do Trabalho, que pode sofrer mudanças em razão dos recentes atos do CSJT, pauta essa trazida com muita preocupação pelos colegas da JT, uma vez que eventual alteração no plano de saúde poderá trazer aumento de despesas, o que no final representa, sim, mais uma perda salarial. |
Cristina Viana Com a mobilização do dia 20, foi dado mais um importante passo em manifestação coletiva de indignação com o que vem ocorrendo no PJU. O sindicato tem realizado várias atividades, reuniões, assembleias e atos, mas a que houve no dia 20 foi muito efetiva, apesar das dificuldades de mobilizar as e os colegas desde a pandemia e com o advento do teletrabalho. Fomos para a rua com força total, além do dia de paralisação que muitos aderiram, e seguiremos mobilizados até que nosso PCS seja implementado e não haja mais esse jogo de ganha-ganha para a magistratura no orçamento do PJU. |
Fabrício Loguércio No RS, o dia nacional de luta, chamado pela Fenajufe, foi muito significativo. Tivemos um ótimo ato em Porto Alegre e atividades distribuídas por todas regiões do Estado. As servidoras e servidores mostraram que estão dispostos a lutar pelos seus direitos, mostrando que não existe justiça sem servidoras e servidores. |
Marcelo Carlini Desde fevereiro, antes do feriado de carnaval, o Sintrajufe/RS visitou diversos locais de trabalho na capital e no interior. Em Passo Fundo, Carazinho, Osório, Santa Rosa, Santa Maria, São Sebastião do Caí, Sapiranga, Ijuí, Santo Ângelo, Caxias do Sul, Rio Grande e Novo Hamburgo o Sindicato passou setor por setor conversando sobre a necessidade da categoria entrar em campo e reagir à demora do STF em apresentar uma proposta de plano de carreira. Em todos os lugares, é grande a indignação com a facilidade com que a magistratura aprova suas demandas e driblar o teto do funcionalismo em sessões que duram poucos segundos. A resposta veio na caminhada de Porto Alegre e nas 13 cidades que se manifestaram. Nosso desafio é ampliar a mobilização. |
Márcia Coelho O enfrentamento dos ataques a direitos, sofridos pelos servidores públicos, nunca é simples, assim como conquistas são devidas a muita luta e mobilização. A categoria esteve unida para exigir ser tratada com dignidade pelo STF. Focamos na necessidade do nosso plano de careira e reposição de perdas ser encaminhado ao Congresso mas, também, trouxemos as pautas emergenciais da categoria, como alterações no plano de saúde na JT e devolução de requisitados na JE. Com o avanço dos saques ao orçamento do PJU pela magistratura, multiplicam-se os problemas enfrentados em cada segmento. Manter a mobilização e atender aos chamados da Fenajufe e do Sintrajufe serão cada vez mais importantes para pressionarmos o STF e as administrações locais. |
Zé Oliveira O grande ato realizado pelo Sintrajufe no dia 20 cumpriu com a tarefa de ampliar a mobilização pela reposição salarial e reestruturação da carreira, além de defender a manutenção do plano de saúde, sem aumento de despesas, a servidores e servidoras da JT. A Fenajufe indicou a importância de reforçar a mobilização para garantir a negociação e o envio de um novo projeto pelo ministro Barroso, onde estão travadas as conversas, e a categoria no Rio Grande do Sul respondeu positivamente, tanto em Porto Alegre, como no interior. A possibilidade de melhoria no adicional de qualificação (percentuais, cumulatividade e unificação da base de cálculo), em um projeto específico, e a reposição salarial para 2026, são os maiores objetivos do momento, iniciando o processo de reestruturação geral da carreira. Seguiremos na luta até conquistar os pleitos da categoria. |





Diretores e diretoras de base: “A mobilização não se encerra por aqui”
Jorge Botton, Ijuí – JF A importância da mobilização dos servidores do Judiciário em uma campanha salarial não pode ser subestimada. É por meio dessa união e engajamento que se torna possível conquistar aumento real, a manutenção e ampliação de direitos. Não temos dúvidas de que as negociações serão difíceis, mas a nossa unidade poderá fazer toda a diferença. Por isso é de extrema importância a participação de toda a categoria. Vale ressaltar que a mobilização não se encerra aqui. Ela é contínua e exige a participação e o engajamento de todos e todas. É necessário os companheiros e companheiras estarem atentos aos chamados do sindicato, participar das assembleias, contribuir com ideias, compartilhar informações e incentivar a adesão de outros colegas. Portanto, é imprescindível que todos os servidores entendam a importância da mobilização para uma campanha salarial vitoriosa. |
Silvana Barasuol, Novo Hamburgo – JT Pelo que verifiquei em Novo Hamburgo, há muitos colegas em férias e em teletrabalho, mas mesmo assim teve uma participação considerável, inclusive de colegas aposentados. Demonstraram preocupação com a defasagem salarial e com as questões relativas ao plano de saúde, bem como em relação à união da categoria em prol dos interesses comuns acima de qualquer entendimento diferenciado que possamos ter. Foi muito importante a volta da união da categoria para buscar os interesses comuns. |
Nicole Bozzetto, Passo Fundo – JT Existe quase um consenso entre os colegas de que a mobilização é importante para demonstrar a preocupação com a falta de valorização da categoria. É através de iniciativas como a do dia 20 que conseguiremos chamar a atenção para as demandas da categoria. |
Jaques de Assis, São Sebastião do Caí – JT A paralisação das atividades no posto da Justiça do Trabalho de São Sebastião do Caí, em resposta ao chamado sindical, representa um marco crucial na luta por melhorias essenciais para os servidores do Judiciário da União. Essa mobilização, longe de ser um mero ato de interrupção, é um grito unificado em busca de reconhecimento e valorização profissional. As reivindicações, como a recomposição das perdas salariais e a implementação de um plano de saúde sem custo para os servidores, refletem necessidades urgentes e justas. A defasagem salarial, acumulada ao longo dos anos, impacta diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores, enquanto o custeio de valores do plano de saúde pelos servidores compromete o bem-estar e a segurança de suas famílias. A paralisação na unidade foi composta por 100% dos servidores que atuam presencialmente, além da participação dos demais colegas de forma telepresencial. |
Jusilda Pedrollo, Santa Maria – JF Unidos, os servidores da Justiça Federal e Justiça do Trabalho protagonizaram um ato marcante e expressivo. Importantíssima, a mobilização do dia 20 de março manda um recado direto para a administração, estamos unidos e determinados a lutar para que o nosso Plano de Cargos e Salários vire realidade. |
Diogo Corrêa (diretor do Sintrajufe/RS), Taquara – JT A manutenção do plano de saúde na JT preocupa muito os colegas e acredito que acertamos em dar peso no ato em Porto Alegre. Fizemos nossa parte, mas precisamos ampliar, especialmente no âmbito nacional, dada a gravidade das pautas que instigam a mobilização. As mobilizações no interior foram e serão fundamentais para que os servidores e servidoras se conscientizem do papel que cada um tem nessa luta por valorização da categoria e pela manutenção do direito à saúde. Que a energia de um ato de rua se espalhe pelo RS e pelo Brasil. |
Lindonez Brochetto, Vacaria – JT Vacaria esteve mobilizada com alguns colegas, penso que sem essas mobilizações não venceremos a luta que está recém começando! |
Luiz Claudio, Caxias do Sul – JT Em Caxias do Sul, servidores da Justiça do Trabalho realizaram uma mobilização em frente ao Foro local. Essa manifestação foi muito importante diante do momento crítico enfrentado pela categoria, que está sendo atacada em várias frentes pela administração do Poder Judiciário da União. Ressalto a importância de um engajamento ativo dos colegas na atuação sindical, enfatizando que o fortalecimento da organização coletiva é essencial para alcançar avanços nas demandas da categoria. Somente com pressão organizada dos trabalhadores é possível que a administração tome medidas concretas em favor das reivindicações apresentadas. Essa percepção se confirmou recentemente com ações dos gestores do PJU, como a proposta de equiparação do auxílio-alimentação ao valor pago aos servidores do Tribunal de Contas da União (TCU) e o avanço nas discussões do anteprojeto que reestrutura os adicionais de qualificação. Durante a atividade, alguns servidores também se pronunciaram, reforçando a importância de manter a mobilização e de se prepararem para a jornada de lutas que ainda virá. |
Daniei Pinheiro, Carazinho – JF Em Carazinho, os servidores do Judiciário Federal fizeram um ato de paralisação em frente ao prédio da Justiça Federal. Servidores estão mobilizados para que a cúpula do PJU faça a reestruturação salarial pois a categoria não aguenta mais ficar com as sobras enquanto a Magistratura se autoconcede fatias enormes de privilégios! A mobilização mostra que toda a categoria está indignada com a situação salarial e o uso indiscriminadamente do orçamento pela magistratura, deixando migalhas aos servidores e servidoras do PJU. |
Raquel Rauber (diretora do Sintrajufe/RS), Passo Fundo – JF Aqui em Passo Fundo nos encontramos em frente ao prédio e conversamos sobre assuntos referentes a situação da categoria. A atividade foi importante para o futuro da nossa carreira. Estamos preocupados com a situação, tanto do pessoal da ativa como dos aposentados, tanto no que se refere a cargos e salários como no número de servidores nas varas. |
Eduardo Dutra, Novo Hamburgo – JF Minha avaliação é positiva, foi muito bom reunir o pessoal. Me parece que a luta daqui para a frente tem que passar sempre por atos. Cada vez é mais difícil parar o trabalho por conta do processo eletrônico. É importante que as pessoas que estão em teletrabalho vão até o local dos atos, porque é mostrando o movimento, mostrando gente na rua, que a gente pode ser ouvido, mostrar força e indignação. Foi muito bom, a gente vem em uma crescente. As falas de união foram muito boas, me senti muito contemplado por elas. |
Nilton Sittoni, Bagé – JF Foi muito válida a realização das atividades em Bagé, com a paralisação. Todos os servidores avaliaram de suma importância construirmos um movimento sólido e forte para podermos buscar nossas demandas. A maioria dos colegas de Bagé são servidores da JF há muitos anos, tendo enfrentado diversos movimentos pelas mais variadas lutas da categoria e, como tal, têm ciência da responsabilidade que todos temos em relação ao futuro da nossa carreira e da necessidade de nos unirmos para enfrentar todos os ataques aos direitos que temos enfrentado todos esses anos. E, em resumo, de mostrarmos a todos que sem luta nunca conseguimos e nunca conseguiremos melhorias. |
Andreia Soares, Caxias do Sul – JF Ninguém tem dúvida da importância da mobilização da categoria para que haja recomposição nos salários, bem como a implementação do novo plano de carreira, já que não temos nenhuma sinalização do atendimento de nossas reivindicações. Assim, tentamos conscientizar e chamar os colegas para o movimento, a adesão está ocorrendo aos poucos, precisamos persistir e continuar na luta. |
Fabiano da Silva, Ijuí – JT A princípio não fizemos uma paralisação propriamente dita, mas nos reunimos para conversar sobre as possibilidades e dificuldades de uma reposição salarial e sobre a necessidade de buscarmos uma certa equiparação dos rendimentos dos técnicos judiciários com a remuneração dos analistas, principalmente por, na prática, inexistir diferenças de atividades. No interior, quase que somos invisíveis, mas é importante que vá aumentando essa conscientização. E, com essas paralisações, demonstrarmos a insatisfação com a forma como o STF e os governos estão tratando de nossas carreiras e da manutenção do poder de compra de nossos rendimentos. |
Paulo Jesus de Andrade e Silva, Rio Grande – JT A importância principal da paralisação é que com a conscientização ficou claro que a mobilização e a participação é essencial para fazer pressão em nossas demandas. Até mesmo não sindicalizados e colegas em estágio probatório participaram. |
Anelisa Althaus, Sapiranga – JT Em Sapiranga, a 1ª vara parou, as audiências não foram realizadas. Também não houve expediente na secretaria. Creio que a mobilização é importante para mostrar a insatisfação da categoria em relação à falta de negociação do STF pela reposição salarial, e também serve para mostrar que estamos atentos quanto à manutenção da assistência de saúde sem onerar ainda mais os servidores. A paralisação do dia 20 serviu de alerta. |
Sônia Ferrari, São Jerônimo – JT A mobilização é muito importante. Precisamos nos organizar e nos mobilizar para que nossos pleitos sejam atendidos. Acredito que o resultado desse dia tenha sido bem interessante a nível nacional. Na minha unidade, em torno de 50% dos servidores aderiram. Nós conversamos e já temos indicativo de aderirmos novamente caso sejam feitas novas mobilizações e até mesmo greve. |

















Colegas que participaram da caminhada: “Temos muita luta pela frente”
Mara Weber, aposentada do TRT4 e ex-dirigente da Fenajufe e do Sintrajufe/RS O nosso Sintrajufe/RS está de parabéns! A direção chamou e a categoria respondeu com um belo ato em Porto Alegre e em todo interior do estado. Nossas conquistas estão sendo ameaçadas pela ganância orçamentária da magistratura e precisamos reagir. É um escândalo o que vem acontecendo e fico me perguntando: onde estão os magistrados com consciência ética? Temos que nos posicionar, caso contrário o que o ministro Dino chamou de “criatividade administrativa para burlar a Constituição” vai ficar com todo o orçamento, e nós, trabalhadoras e trabalhadores do PJU podemos perder as conquistas e a perspectiva de avanços na carreira. O ministro Barroso precisa encaminhar o plano de carreira apresentado pela Fenajufe, e na JT queremos equidade com a magistratura nos recursos para a saúde. No dia 20 foi dada a largada. Temos muita luta pela frente, mas, se tivermos unidade, venceremos. |
Tomas Rocha, colega do TRE-RS Essas manifestações são importantes porque valorizam nosso trabalho. Temos visto os magistrados tomando conta do nosso orçamento e não podemos mais permitir que isso continue. Não somos privilegiados como eles pensam. Nosso trabalho é fundamental, e é preciso que a população entenda isso. |
Rudnei Oliveira, colega da Justiça Eleitoral Estou aqui para apoiar a questão do plano de saúde, que impacta nossos colegas da Justiça do Trabalho. Além disso, estou protestando pela reposição salarial, que já está mais do que atrasada. A magistratura se autoconcede benefícios, enquanto os servidores ficam à margem. Quem realmente faz o trabalho acontecer somos nós. |
Carmen Ribeiro, colega da Justiça Eleitoral Hoje foi o pontapé inicial de uma luta que temos que intensificar. Os mais novos talvez não saibam das lutas do sindicato e como conseguimos chegar até aqui. A nossa força vem do coletivo, e já passou da hora dos servidores despertarem. Só o apoio virtual não é o suficiente, precisamos de ação concreta. |
Mara Cristina Grivot, colega da Justiça Federal Eu vejo que os colegas estão animados, todos querem a vitória. Desde que entrei no serviço público, lá em 1999, percebo que as melhorias só aconteceram por conta da mobilização da categoria. A luta é fundamental para garantir nossos direitos. |