SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo: Valorizar os serviços públicos para defender o direito ao trabalho digno

Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo: Valorizar os serviços públicos para defender o direito ao trabalho digno

O dia 28 de janeiro é, no Brasil, o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Centenas de pessoas são resgatadas de condições análogas à escravidão no paí­s a cada ano. Para mudar essa realidade, ampliar os resgastes e proteger os direitos da população, a valorização dos serviços públicos, de servidores e servidoras, é fundamental.

A data foi instituí­da em 2009 em homenagem aos auditores Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e ao motorista Aí­lton Pereira de Oliveira. Eles foram mortos no dia 28 de janeiro de 2004 quando investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas na cidade mineira de Unaí­, no episódio que ficou conhecido como a Chacina de Unaí­.

O que está em jogo, na luta contra o trabalho escravo, é a vida e a dignidade de trabalhadores e trabalhadoras mantidos em situações terrí­veis, sem qualquer direito ou proteção. Esse combate é feito todos os dias por funcionários públicos.

Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, mais de 40 milhões de pessoas foram submetidas à escravidão moderna em 2016 em todo o planeta. No Brasil, em 2019, o número de denúncias de trabalho análogo ao de escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores para a escravidão aumentou. Conforme os dados do Ministério Público do Trabalho, foram 1.213 casos, contra 1.127 em 2018. Entre 2003 e 2018, cerca de, 45 mil trabalhadores foram resgatados e libertados do trabalho análogo à escravidão no Brasil. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo, isso significa uma média de pelo menos oito trabalhadores resgatados a cada dia.

Um bom exemplo da necessidade de fortalecer os serviços públicos para combater o trabalho escravo é a Operação Resgate, iniciada em 13 de janeiro e que, até esta quinta-feira, 28, já resgatou 140 pessoas de condições análogas à escravidão. Trata-se de uma operação estruturada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polí­cia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU). Ao todo, foram realizadas até o momento 64 ações fiscais, lavrados 360 autos de infração e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Serão destinados cerca de R$ 500 mil em verbas rescisórias aos trabalhadores flagrados em condições análogas à escravidão e cada um deles terá direito a três parcelas do seguro-desemprego.

A realidade do trabalho escravo no Brasil vem piorando com a desregulamentação e o desmonte promovido pelo atual governo. Bolsonaro busca flexibilizar a legislação que combate ao trabalho escravo e, ao mesmo tempo, precariza o trabalho dos servidores e servidoras. A reforma administrativa poderá agravar esse quadro, caso aprovada. Isso porque acaba com a autonomia dos servidores, necessária para ações como o combate ao trabalho escravo. Também precariza o trabalho do funcionalismo, acaba com os concursos públicos e aponta para a redução do quadro, dificultando a prestação desse e de outros serviços fundamentais à população.