Nessa quarta-feira, 7 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Saúde. A data refere-se à criação da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948, e tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da valorização da saúde e da qualidade de vida. Em meio à atual pandemia e com o Brasil como epicentro da crise sanitária global, essa é uma data marcante para que temas que já vêm sendo debatidos nos últimos meses sejam retomados, dentre eles a situação dos profissionais da saúde no país e a importância do fortalecimento do Sistema único de Saúde (SUS). Para reforçar essas e outras pautas, no dia 7 as centrais sindicais e sindicatos como o Sintrajufe/RS realizam ato em frente à Prefeitura de Porto Alegre, às 9h30min. O ato terá como eixos vacina já para todos, quebra das patentes, emprego, auxílio emergencial de R$ 600 e Fora Bolsonaro.
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O Brasil vai se aproximando da marca de 350 mil mortes por Covid-19, com crescimento que se acentua a cada semana. Já temos dias com mais de 3 mil registros de óbitos. Um verdadeiro genocídio construído pela falta de enfrentamento da pandemia por parte do governo e por ações que deliberadamente prejudicam o combate à crise sanitária. A vacinação segue a passo lento e, em mais de um ano de pandemia, não foram criadas políticas centralizadas de combate, como a necessária testagem em massa.
551 médicos e 646 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem perderam a vida; estudo da Universidade de Washington prevê 562 mil mortes até julho
No meio desse caos programado, os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde estão entre os que mais sofrem. Até o início de março, dados do Ministério da Saúde apontam que pelo menos 484.081 desses profissionais haviam tido infecção pelo novo coronavírus confirmada, com 470 mortes. Há, porém, indicação de subnotificação: conforme o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Federal de Enfermagem, foi registrada a morte de 551 médicos e 646 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem até 1º de março. No último mês, com o agravamento da pandemia, projeta-se que esse número tenha tido importante crescimento.
Para a população em geral, as projeções são as piores possíveis. Estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), divulgado no dia 24 de março, aponta que, até o final de abril ou início de maio, o Brasil pode chegar a 5 mil mortes diárias, considerando-se o atual nível de isolamento social e o ritmo da vacinação. Caso o isolamento aumente e a vacinação seja acelerada, o número pode ser menor. Outro estudo, da Universidade de Washington, corrobora essa análise, projetando o pico de mortes para o final de abril, com em torno de 4 mil óbitos diários, e a marca de 562 mil mortes pelo novo coronavírus, no Brasil, até julho.
Ao mesmo tempo, o governo busca desmontar os serviços públicos por meio de medidas como a PEC Emergencial (agora emenda constitucional 109/2021) e a reforma administrativa (PEC 32), ainda em tramitação. Os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde, assim como os demais servidores e servidoras, estão com os salários congelados e com sobrecarga crescente. Não são valorizados e têm de lidar com condições de trabalho cada vez piores, reflexo da falta de investimentos e do congelamento iniciado com a emenda constitucional 95/2016 (do teto de gastos), ainda com Michel Temer (MDB), e aprofundado sob o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Frente à política genocida do atual governo, o SUS tem sido o grande aliado da população para evitar uma tragédia ainda maior. Nesse Dia Mundial da Saúde, o reconhecimento da importância da saúde pública é, também, uma lembrança de que é preciso seguir lutando por mais e melhores serviços públicos e pela valorização de servidores e servidoras