SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

LUTO

CUT-RS publica nota de pesar pela morte da estudante de Arquitetura Sarah Domingues, assassinada em Porto Alegre

Na noite de terça-feira, 23, Sarah Domingues, estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS, foi morta a tiros na Ilha das Flores, em Porto Alegre. No momento dos disparos, ela estava em frente a um mercado da região, com o crachá da universidade no pescoço, enquanto fazia pesquisa de campo para o trabalho de conclusão de curso. Conforme a Polí­cia Civil, um homem de 53 anos, dono do mercado na região, também foi morto. Ele seria o principal alvo dos disparos e, segundo as investigações apontam, não tinha qualquer vinculação com a estudante.

Natural de São Paulo, Sarah foi coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE), diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE) e integrou o Conselho Universitário da UFRGS. Entidades de classe, como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS), a UFRGS e movimentos polí­ticos e estudantis postaram homenagens à estudante.

O Sintrajufe/RS também manifesta sua solidariedade à famí­lia, amigos e companheiros do movimento estudantil e de militância.

Nota da CUT:

As lutadoras e lutadores sociais que entregam suas vidas na defesa da democracia estão de luto. Ontem (23/01), a paulista Sarah Silva Domingues, estudante de arquitetura da UFRGS, foi brutalmente assassinada, quando realizava uma pesquisa de campo sobre os impactos ambientais na região das ilhas.

Sarah era uma estudante dedicada visceralmente às causas sociais. Participou ativamente das ocupações das universidades em 2016, movimento que sacudiu as universidades do paí­s inteiro. O movimento Ocupa Universidade lutou contra a PEC do Teto de Gastos, o projeto de Lei de Escola Sem Partidos e as tentativas de reforma do ensino médio, medidas destinadas a degradar a educação pública. Depois deste movimento, a jovem estudante de arquitetura passou a fazer parte do diretório acadêmico, do DCE da UFRGS e da UNE. Sempre se fez presente nas mobilizações dos movimentos sociais do Rio Grande do Sul. Atualmente fazia parte da coordenação nacional da União da Juventude e Rebeldia.

Em sua trajetória, semeou a esperança em um mundo melhor e a utopia de mudanças estruturais do capitalismo, sempre demonstrando muita coragem, combatividade e alegria.

Segundo o noticiário, a futura arquiteta foi assassinada por engano por um acerto de contas entre criminosos. Na verdade, Sarah foi ví­tima da violência que tira a vida de milhares de brasileiros e brasileiras. Essa violência jamais pode ser naturalizada, pois é impossí­vel construir uma democracia com tamanha impunidade e ní­veis tão elevados de criminalidade.

O maior tributo que podemos prestar a Sarah é continuar sua luta, por um mundo livre da opressão e seguro. Sarah presente, Sarah Presente, Sarah Presente. Agora e Sempre.

Com informações de CUT-RS, Carta Capital e Correio Braziliense