Na segunda-feira, 9, às 19h, a CUT-RS realiza a live “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres!”, com transmissão pelo Facebook ou YouTube da CUT-RS. A campanha se estende até 10 de dezembro e contempla pautas de equidade e direitos humanos, buscando conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres, além de intensificar ações que resultem em políticas públicas efetivas.
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A live terá mediação de Suzana Lauermann, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS. Participarão: Maura Luciane Souza, coordenadora-geral do Ministério das Mulheres; Mara Feltes, secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT Brasil; e Isis Marques, secretária de Combate ao Racismo da CUT-RS.
21 Dias de Ativismo
O movimento feminista latino-americano começou o movimento e uma campanha, em 1981, para marcar a data em que foram assassinadas as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, opositoras da ditadura de Rafael Trujillo na República Dominicana, em 1960. Em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional de Luta contra a Violência contra a Mulher.
O dia é celebrado anualmente para denunciar a violência contra as mulheres no mundo e exigir que os países desenvolvam políticas para sua erradicação. A data deu origem aos 16 Dias de Ativismo (de 25 de novembro a 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos), campanha iniciada em 1991 por mulheres de diferentes países reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.
A campanha incorpora questões específicas de cada país. No Brasil, por exemplo, o calendário foi ampliado, a partir de reivindicação da Marcha das Mulheres Negras a Brasíia, que ocorreu em 2015. Desde então, seu início se dá em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, passando pelo Dia Nacional dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (6 de dezembro). Dessa forma, no país, são 21 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.

Violência contra a mulher e falta de equidade de gênero no mercado de trabalhos
Conforme dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 1.467 mulheres morreram vítimas de feminicídio em 2023 no Brasil, o maior registro desde a sanção da lei que tipifica o crime, em 2015. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2023, mulheres pretas ou pardas sofreram mais com a violência psicológica, física ou sexual (6,3%) do que brancas (5,7%).
As agressões decorrentes de violência doméstica tiveram aumento de 9,8% e totalizaram 258.941 casos. Houve alta também nas tentativas de feminicídio (7,2%, chegando a 2.797 vítimas) e nas tentativas de homicídio contra mulheres (8.372 casos no total, alta de 9,2%), além de registros de ameaças (16,5%), perseguição/stalking (34,5%), violência psicológica (33,8%) e estupro (6,5%).
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, na comparação entre o 4º trimestre de 2022 e o 4º trimestre de 2023, a taxa de desocupação das mulheres diminuiu de 9,8% para 9,2%. Entre os homens, passou de 6,5% para 6,0%. Porém, no 4º trimestre de 2023, as mulheres representavam a maioria dos desocupados (54,3%) e 35,5% delas eram negras e 18,9%, não negras. No 4º trimestre de 2023, havia 2,865 milhões de mulheres negras desocupadas, o que correspondia a uma taxa de desocupação de 11,1%. Já as não negras desocupadas totalizaram 1,526 milhão, o equivalente a 7% de desocupação.
Com informações de CUT Brasil e CUT-RS