SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Guedes, verdadeiro representante dos parasitas, ofende servidores e quem depende dos serviços públicos

“O hospedeiro está morrendo, o cara (servidor público) virou um parasita”. Foi essa a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com toda a carreira vinculada ao mercado financeirocom um intervalo para participar da experiência da ditadura de Pinochet, no Chile “, Guedes foi um dos avalistas, junto ao sistema financeiro, da candidatura de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência. Agora, como condutor econômico do governo, tenta aplicar um projeto de destruição dos serviços públicos, mirando nos servidores porque não pode dizer para a população que seu objetivo é acabar com a saúde pública, a educação pública e com os diversos serviços prestados por esses trabalhadores, destinando uma fatia cada vez maior das receitas da União para alimentar os especuladores aos quais sempre esteve ligado.

Guedes foi fundador e sócio majoritário da BR Investimentos, que hoje faz parte da Bozano Investimentos, empresa que investe em ações privadas. Também é um dos fundadores do Banco Pactual, que hoje integra o BTG Pactual. Em 2005, foi um dos criadores do Instituto Millenium, organização que busca disseminar ideias ultraliberais: por trás da ideia de “reduzir” o Estado, o que se busca é redirecionar os recursos do Estado, saindo dos serviços públicos para os bolsos dos especuladoresestes, sim, parasitando os impostos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Paulo Guedes interrompeu sua atuação junto ao mercado financeiro para ir atuar na Universidade do Chile durante a ditadura de Augusto Pinochet, que deixou dezenas de milhares de mortos, torturados e desaparecidos e um sistema previdenciário que condena quase metade dos idosos do paí­s a viverem abaixo da linha da pobreza. Foi no Chile, hoje convulsionado socialmente por essas mesmas polí­ticas, que Guedes aprendeu o roteiro que tenta aplicar no Brasil.

Para construir no Brasil a lógica de Estado que viveu na ditadura chilena, Guedes ataca os servidores públicos reiteradamente. Tenta enganar a população criando uma falsa oposição entre os interesses de trabalhadores dos setores público e privado, sem dizer que, se os funcionários públicos são demitidos ou desvalorizados, os trabalhadores da iniciativa privada perdem o acesso a serviços essenciais.

É com esse sentido que o governo tenta aprovar o “Plano Mais Brasil”, composto por três propostas de Emenda à Constituição e que inclui, entre outros ataques ao serviço público, a redução dos salários dos servidores em até 25% (com redução proporcional da jornada). O Plano proí­be, ainda, a progressão e reestruturação de carreiras, além de suspender a criação de verbas indenizatórias e de despesas obrigatórias. Acaba, também, com os investimentos mí­nimos em saúde e educação, criando um “mí­nimo conjunto”.

A forma de combater essa lógica é a luta unitária da classe trabalhadora. Por isso, em 18 de março, acontece um dia nacional de mobilizações e greves em defesa do serviço público e das estatais. A data foi chamada pelas centrais sindicais e, no Judiciário, pela Fenajufe. No Rio Grande do Sul, os trabalhadores e as trabalhadoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União aprovaram em assembleia, no último sábado, 1º, a adesão à paralisação e a participação nas atividades de mobilização que ocorrem neste dia.