SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

LUTA FEMINISTA

Têm iní­cio os 21 de ativismo pelo fim da violência contra a mulher ; em 2022 mais de 18 milhões de mulheres sofreram alguma forma de violência no Brasil

Teve iní­cio no dia 20 de novembro, última segunda-feira, o perí­odo dos 21 de ativismo pelo fim da violência contra a mulher . Até 10 de dezembro, deverão ser reforçadas as lutas contra todas as formas de violência de gênero.

O cenário atual, no Brasil, é de agravamento do problema no último perí­odo. Em 2022, mais de 18 milhões de mulheres sofreram alguma forma de violência no paí­s, conforme dados da pesquisa Visí­vel e Invisí­vel do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Já no primeiro semestre de 2023, foram 722 mulheres mortas por feminicí­dio, além de 34 mil estupros e estupros de vulneráveis contra meninas e mulheres de janeiro a junho, o que representa aumento de 14,9% em relação ao mesmo perí­odo do ano passado.

Veja AQUI a í­ntegra do relatório.

Para Isabela Sobral, supervisora do núcleo de dados do FBSP, a Lei Maria da Penha é um mecanismo importante para prevenir o assassinato de mulheres. A lei coloca o instrumento da medida protetiva de urgência, que é fundamental para prevenir a violência contra a mulher e o feminicí­dio. É importante que essa ferramenta seja de fato utilizada. Em diversos estados, existem estudos que mostram que as mulheres que são ví­timas de feminicí­dio, em sua maioria, não possuí­am medida protetiva de urgência contra o seu agressor , disse. Isso tem que ser feito pelo fortalecimento da rede de atendimento, que vai acolher essa mulher em situação de violência, oferecer opções para ela que muitas vezes ela não tem ou sente que não tem. A gente precisa capacitar as polí­cias para fazer um atendimento adequado dessa mulher. É muito importante que elas estejam capacitadas para fazer isso da forma adequada e apresentar esses instrumentos, como a medida protetiva de urgência, que são fundamentais para a proteção dessa mulher , completa a pesquisadora.

21 Dias de Ativismo

O movimento feminista latino-americano começou um movimento e uma campanha, em 1981, para marcar a data em que foram assassinadas as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, opositoras da ditadura de Rafael Trujillo na República Dominicana, em 1960. E, em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional de Luta contra a Violência contra a Mulher.

O dia é celebrado anualmente para denunciar a violência contra as mulheres no mundo e exigir que os paí­ses desenvolvam polí­ticas para sua erradicação. A data deu origem aos 16 Dias de Ativismo (de 25 de novembro a 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos), campanha iniciada em 1991 por mulheres de diferentes paí­ses reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.

A campanha incorpora questões especí­ficas de cada paí­s. No Brasil, por exemplo, o calendário foi ampliado, a partir de reivindicação da Marcha das Mulheres Negras a Brasí­lia, que ocorreu em 2015. Desde então, seu iní­cio se dá em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, passando pelo Dia Nacional dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (6 de dezembro). Dessa forma, no paí­s, são 21 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.

Com informações do Brasil de Fato, da Agência Brasil e da Agência Patrí­cia Galvão