Em julho e agosto, o Sintrajufe/RS realizará atividade interna de formação com a temática “Acolhimento e escuta de situações de violência de gênero no contexto do trabalho no Judiciário Federal e no MPU do Rio Grande do Sul”. Essa ação é um desdobramento do webinário Mulheres, Mundo do Trabalho e Movimento Sindical , realizado pelo sindicato em parceria com outras entidades e que se encerrou na quinta-feira, 2.
Essa é mais uma iniciativa do Sintrajufe/RS no intuito de buscar o enfrentamento, em conjunto com as mulheres da base de nosso sindicato, das diversas situações de violência pelas quais passam cotidianamente, mas que têm se revestido de invisibilidade há muito tempo nos nossos locais de trabalho. O objetivo é sensibilizar e qualificar a escuta e o acolhimento para questões de gênero e interseccionalidades no contexto do trabalho exercido pelo Sintrajufe/RS. O curso será ministrado pela psicóloga, professora da Ufrgs e pesquisadora em Psicologia Social e Institucional Simone Paulon, além da psicóloga e especialista em Saúde Pública Maíra Freitas Barbosa e da psicóloga e especialista em saúde mental Itauane de Oliveira, ambas da equipe externa da Clínica Feminista na Perspectiva Interseccional da Ufrgs.
Serão quatro encontros virtuais, com duração de duas horas cada, totalizando oito horas de formação com as equipes das Secretarias de Saúde e Relações de Trabalho e de Políticas Sociais do sindicato. Esses setores são responsáveis pelo acolhimento e pelo encaminhamento de situações e denúncias, por sindicalizadas, de assédio sexual e moral e outras práticas sexistas no ambiente de trabalho ou no ambiente doméstico.
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As pesquisadoras da Clínica Feminista da Ufrgs foram escolhidas para essa formação em função do trabalho que estão realizando de escuta qualificada em meio remoto neste momento da pandemia, e pelo domínio técnico das temáticas que escolhemos tratar , explica a diretora do Sintrajufe/RS Naiara Malavolta, responsável pela organização da formação. Nossa ideia é ampliarmos o relacionamento com a pesquisa que elas desenvolvem e abrir espaços de escuta e tratamento externos à entidade sindical, para onde possamos encaminhar os casos que acolhemos no sindicato , informa a dirigente.
Para Naiara, chegou a hora de desvendarmos esses problemas para que possamos ajudar a solucioná-los. As colegas do Judiciário Federal e do MPU têm de saber que o sindicato é um local seguro de escuta e de encaminhamento de soluções e que nossa diretoria, nossas funcionárias e funcionários, nossa equipe de saúde e nosso jurídico estão disponíveis para ajudá-las a se livrarem da violência .
Veja alguns dos temas que serão tratados nos quatro encontros:
“ Cultura patriarcal no Judiciário: como identificar situações de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho e como intervir;
“ Violências de gênero e abordagem interseccional (gênero, raça e classe);
“ Questões históricas e estruturais da violência de gênero no Brasil;
“ Escuta e acolhimento de casos de violência de gênero: o dispositivo do acolhimento como perspectiva ética de escuta;
“ Escuta e acolhimento de casos de violência de gênero: plano de formação da base sindical, encaminhamentos e propostas de intervenções.