Sindicalizadas e sindicalizados ao Sintrajufe/RS podem se inscrever, gratuitamente, no curso Violência Política de Gênero, da Escola As Pensadoras, que promove formação sobre questões de gênero e suas interseccionalidades (raça, etnia, sexualidade e classe). O prazo de inscrições foi prorrogado para 5 de agosto até as 18h, são oferecidas dez vagas. Serão cinco encontros, em agosto e setembro, sempre online, pela plataforma Google Meet. O curso tem como objetivo discutir a relação entre violência, gênero e política e refletir sobre a ausência de mulheres nos espaços de poder.
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Para se inscrever, é necessário preencher o formulário online disponível AQUI. Caso haja mais de dez inscrições, as vagas serão sorteadas entre as sindicalizadas e os sindicalizados, considerando os seguintes critérios: raça, pessoas com deficiência, diversidade sexual e geracional, bem como a participação de sindicalizadas e sindicalizados do interior e da capital.
As sindicalizadas e os sindicalizados que não forem contemplados com as vagas e que tiverem interesse em fazer o curso terão o desconto de estudante. Nesse caso, a inscrição deverá ser realizada diretamente no site de As Pensadoras. Para garantir o desconto, é necessário anexar uma comprovação de vínculo com o Sintrajufe/RS, o que deverá ser solicitado ao sindicato pelo e-mail [email protected] e anexado no momento da inscrição. A escola solicita que seja enviado um e-mail para [email protected] informando o interesse no curso, a fim de que seja homologada a inscrição.
Aula inaugural dia 20 de agosto
A aula inaugural ocorrerá no dia 20 de agosto, das 15h às 17h, de livre acesso (sem necessidade de inscrição). A convidada é a vereadora e pré-candidata a deputada federal Camila Jara. O objetivo é debater a violência política de gênero e dar início ao curso. O encontro acontecerá pelo canal da escola As Pensadoras no Youtube.
Os encontros, para pessoas inscritas, acontecem nos dias 24, 26, 27 e 31 de agosto e 2 de setembro, em alguns casos das 9h às 11h, em outros das 18h às 20h (veja a programação completa abaixo), totalizando 20 horas.
As ministrantes serão Aimê Barbosa Martins Bast, assistente parlamentar e coordenadora da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Campo Grande (MS); Luísa Souza, advogada, professora e comunicadora, integrante do Coletivo Elas Podem; e Nirlyn Karina Seijas Castilho Conceição, artista de dança, doutora em Cultura e Sociedade, idealizadora e professora da Otratierraescola de artivismos.
De acordo com levantamento realizado pela ONU Mulheres Brasil em 2020 , do total das que ocupam espaços políticos, 82% já sofreram violência psicológica, 45% foram alvo de ameaças, 25% foram violentadas fisicamente no espaço parlamentar e 40% afirmam que a violência atrapalhou a sua agenda legislativa. A violência política de gênero é considerada uma das principais causas da sub-representação feminina nos espaços de poder e decisão. Segundo o IBGE, 51.8% da população brasileira é composta por mulheres. A quantidade de mulheres em cargos eletivos deveria seguir a mesma proporção. Contudo, no Brasil, as mulheres são apenas 15% da Câmara dos Deputados e 12% do Senado Federal. Foram 900 os municípios que não tiveram sequer uma vereadora eleita no pleito de 2020.
Veja abaixo a programação completa:
Aula 1: Violência Política: uma questão de gênero?
Data: 24 de Agosto, quarta-feira, das 9h às 11h.
Professora: Nirlyn Seijas
Ementa: A face mais conhecida da violência contra a mulher é aquela que ocorre na esfera privada, dentro dos lares e tendo como principal algoz companheiros, ex-companheiros, pais e até mesmo seus filhos. Entretanto, a violência resultante da desigualdade de gênero e da dominação masculina se desdobra também para a cena pública e viola direitos políticos das mulheres, colocando uma série de barreiras para que possam representar seus próprios interesses.
Objetivo: Entender a relação entre gênero e violência; quais os tipos de violência e como percebê-las na construção da sociedade brasileira;
Aula 2: A cegueira de gênero na política
Data: 26 de Agosto, sexta- feira, 18h às 20h
Professora: Aimê Martins
Ementa: A política enquanto teoria e prática é marcada pela ausência das mulheres e a incorporação dos códigos masculinos em seus espaços e escritosa despeito de seus pressupostos universais. A crítica decolonial se faz potente no contexto político latino-americano ao visibilizar um sistema de opressão engendrado na violência colonial e propor experiências despatriarcalizadoras nos Estados Modernos.
Objetivo: Repensar conceitos clássicos da ciência política a partir da perspectiva de gênero e da crítica decolonial, e refletir sobre as ausências das mulheres dos espaços de poder.
Aula 3: A trilha legislativa da mulher
Data: 27 de Agosto, sábado, 9h às 11h
Professora: Luísa Souza
Ementa: A árdua conquista da evolução dos direitos das mulheres começou muito antes dos passos evolutivos na trilha legislativa. Sendo assim, para compreender o caminho percorrido por mulheres até atingirem prerrogativas legislativas e o sufrágio feminino, é necessário explorar quais foram os movimentos e percalços enfrentados neste decorrer até as mais recentes reformas eleitorais.
Objetivo: Analisar a evolução dos direitos das mulheres para compreender o avanço da trilha legislativa em recortes de gênero.
Aula 4: O avanço do neoconservadorismo e o impacto nos direitos das mulheres
Data: 31 de Agosto, quarta-feira, 18h às 20h
Professora: Aimê Martins
Ementa: O avanço do neoconservadorismo é um fenômeno global marcado pela instrumentalização do combate à pauta da igualdade de gênero e da diversidade sexual por movimentos, líderes e governos de direita e de extrema direita. Encabeçado por movimentos contra a ideologia de gênero e a defesa da família , nos termos em que é feita, legítima violências e restrições de direitos, assim como processos de privatização e erosão da dimensão coletiva da política.
Objetivo: Identificar o neoconservadorismo dentro do contexto regional, discutir o significado de ideologia de gênero , analisar episódios recentes da política brasileira pela perspectiva de gênero.
Aula 5: Prevenção e combate à violência política de gênero
Data: 2 de Setembro, sexta-feira, das 18h às 20h0
Professora: Luísa Souza
Ementa: A sub-representação feminina nos espaços públicos de poder levou para os órgãos públicos e demais ambientes político-eleitorais o debate da violência política de gênero. Esse fenômeno motivou a elaboração de normas preventivas e combativas, além de trazer os principais aspectos da problemática e revelar resultados de estudos que apontaram a realidade e incidência dessas ocorrências. Ao incentivar a conscientização a respeito da temática, pode-se observar o avanço no combate dos atos daqueles que buscam anular, impedir ou limitar o exercício dos direitos políticos das mulheres.
Objetivo: Explorar, por meio do debate, quais aspectos devem ser analisados em ocorrências de violência política de gênero que repercutiram, para que se possa identificar quais são ou poderiam ser as prevenções cabíveis, além de planos de combate aplicáveis para essa realidade.