SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

TELETRABALHO

Sintrajufe/RS e sindicatos de Santa Catarina e do Paraná reúnem-se com Presidência do TRF4 e defendem manutenção de percentual de servidores e servidoras em teletrabalho

Na manhã desta segunda-feira, 19, o Sintrajufe/RS e os sindicatos da categoria em Santa Catarina e no Paraná realizaram reunião com a administração do TRF4 e defenderam que, mesmo com a nova portaria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), seja mantido o percentual de 50% de servidores e servidoras em teletrabalho. A portaria determina a redução desse percentual para 30% e foi definida sem qualquer diálogo com a categoria.

Representaram o Sintrajufe/RS na reunião a diretora Cristina Viana e os diretores Fabrí­cio Loguércio e Zé Oliveira. O coordenador Paulo Roberto Koinski representou o Sintrajusc, enquanto que o Sinjuspar foi representado pelo coordenador geral Jonas Tomas Ruppert. Por parte da administração, participaram o presidente do TRF4, desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, e a diretora-geral, Sandra Mara Cornelius da Rocha, e a assessora-geral da Presidência, Graziela Fernanda Seibel Rodriguez.

No dia 8 de novembro, o CNJ aprovou a limitação do número máximo de servidoras e servidores em teletrabalho a 30% do quadro permanente da vara, gabinete ou unidade administrativaantes, esse percentual era de 50%. A resolução 481/2022 estabeleceu, ainda, prazo de 60 dias para os tribunais se adequarem para a retomada das atividades presenciais nos termos estabelecidos pelo normativo.

Desde lá, o Sintrajufe/RS buscou dialogar, então, com todos os tribunais no Rio Grande do Sul. No TRT4, foi realizada na quinta-feira, 15, reunião da Comissão de Gestão do Teletrabalho para tratar do tema. Porém, a administração, representada pelo juiz auxiliar da Presidência, Daniel Souza de Nonohay, que coordena a Comissão, ponderou que a redução do percentual trata-se de uma obrigatoriedade determinada pelo CNJ, sem possibilidade de flexibilização.

Na reunião com o TRF4, os dirigentes do Sintrajufe/RS fizeram uma explanação sobre a realidade dos servidores e servidoras, que já estão com suas vidas organizadas e agora são surpreendidos por uma decisão que faz com que muitos e muitas tenham que retornar em um prazo curto ao trabalho presencial. Por esse motivo, o sindicato foi muito procurado nos últimos dias por colegas preocupados com a alteração, o que foi informado à administração. Foi lembrado, ainda, que o trabalho vem sendo mantido normalmente, mesmo à distância, desde o iní­cio da pandemia. Ainda, foi informado à administração que a Fenajufe está atuando nacionalmente pela reversão da resolução, inclusive com um abaixo-assinado, que tem recebido adesões de muitos servidores e servidoras de todo o paí­s.

Os dirigentes defenderam que o tribunal utilize sua autonomia para não aplicar a decisão do CNJ ou, caso entenda ser necessária a aplicação, ao menos postergue sua implementação para oferecer tempo para as entidades dialogarem com o CNJ e para que os e as colegas se preparem para as mudanças decorrentes. Solicitaram, ainda, que o presidente do TRF4, como integrante do Conselho da Justiça Federal (CJF), buscasse que o órgão realizasse intermediação junto ao CNJ contra a medida.

Ainda, foram registrados pela direção do Sintrajufe/RS dois problemas internos identificados no TRF4: o controle excessivo do trabalho dos e das colegas na área administrativa, com decisões que, no entender do sindicato, são desmedidas e discriminatórias com servidores e servidoras daquela área; e a publicização, em dois gabinetes, de controle da produtividade dos servidores e servidoras que estão no teletrabalho, em grupos internos, conforme denúncia chegada à entidade.

O presidente do TRF4 explicou que considera razoável o percentual de 50%, mas que, conforme entende, caso o CNJ mantenha a decisão a administração não terá o que fazer se não implementar a redução. No entanto, afirmou que, neste caso, serão analisadas alternativas para minorar o efeito da medida.

Ao final, o Sintrajufe reiterou o pedido de que, considerando o perí­odo do recesso e o mês de janeiro, quando não ocorrem sessões dos Conselhos superiores, que, através do CJF, a presidência do Tribunal defenda a postergação da implantação da decisão do CNJ, de forma a garantir que as entidades de servidores e servidoras sejam ouvidas sobre o tema.

Além da reunião, o Sintrajufe, através da Fenajufe, continua colhendo assinaturas no abaixo-assinado e mantendo contato com os integrantes do CNJ com o objetivo de suspender a implantação da decisão daquele órgão.