Na manhã dessa quarta-feira, 16, cerca de 3 mil servidores e servidoras de todo o país ocuparam o canteiro central do Ministério da Economia em protesto quanto à falta de resposta do governo sobre a negociação da pauta de reivindicações entregue em janeiro. O ato nacional unificado, o maior realizado em 2022, foi um ultimato do conjunto dos servidoras e servidores, uma vez que o governo Bolsonaro insiste em negligenciar o pleito das categorias de recomposição emergencial de 19,99%.
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O Sintrajufe/RS estava presente no ato nacional, representado pelos diretores Edson Borowski, Mara Weber e Ramiro López. Os sindicatos de base do Judiciário Federal e do Ministério Público da União atenderam à convocação da Fenajufe. Além do Sintrajufe/RS, enviaram delegações: Sitraemg/MG, Sisejufe/RJ, Sindjufe/BA, Sindijufe/MT, Sindjufe/MS, Sintrajud/SP, Sintrajuf/PE, Sindiquinze/SP, Sinjufego/GO, Sindjufe/MS e Sindissétima/CE.
A concentração teve início no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios, de onde servidores e servidoras seguiram em caminhada até o Ministério da Economia, para cobrar de Paulo Guedes abertura imediata de negociação. Os e as manifestantes permaneceram até as 13h em frente ao ministério, mas não foram atendidos por representantes do governo.
Estamos satisfeitos com a mobilização aqui em Brasília e nos diversos estados ao redor do país. Este foi um momento importante que mobilizou um grande número de servidores. Agora, iremos permanecer, diariamente, na frente do Ministério da Economia, com uma tenda e caixas de som. Paulo Guedes não quer dialogar conosco, mas ele vai ter que nos ouvir. Também faremos pressão nas redes sociais. Não deixaremos Bolsonaro e seus aliados em paz. Somos trabalhadores e estamos há anos sem reposição da inflação em nossos salários. Exigimos respeito , comentou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo.
A grande maioria dos servidores está sem reajuste salarial há mais de cinco anos. No Judiciário Federal e no MPU, a última parcela do Plano de Cargos e Salários foi integralizada em janeiro de 2019.













Na avaliação do diretor do Sintrajufe/RS Edson Borowski, a atividade em Brasília foi bastante positiva , com delegações de vários setores, de todo o Brasil. O dirigente destacou a participação do Judiciário Federal, com a presença de representantes de vários sindicatos: foi uma atividade muito importante e nos fortalece para seguirmos nessa luta pelo reajuste emergencial .
A diretora Mara Weber afirma que, com o ato dessa quarta-feira, servidores e servidoras mostraram disposição de luta para derrotar o projeto neoliberal, derrotar Bolsonaro e construir não só a reposição emergencial, mas a luta em defesa do serviço público, do nosso Brasil, de um projeto de inclusão, de justiça social e de um serviço público de qualidade, o que está em jogo hoje . Para a diretora, o ato nacional foi uma arrancada importante, e temos agora que intensificar, para um processo de mobilização maior .
Fizemos um belo ato, que demonstrou uma categoria aguerrida , avalia o diretor Ramiro López. Ele ressalta que foi o melhor ato do ano em participação, com discursos inflamados, positivos, que apontam para um período de enfrentamento e muita disposição de arrancar do governo Bolsonaro os 19,99% de reposição salarial .
Dia de Mobilização em vários estados mostra disposição de luta dos servidores
O dia 16 de março foi escolhido para as diversas categorias unirem-se às manifestações de trabalhadores e trabalhadoras da educação, convocadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), com a reivindicação do pagamento do reajuste do piso do magistério de 33,24%. Em cada estado e cidade, com suas pautas específicas, servidores e servidoras fortaleceram a luta unificada.
Em Porto Alegre, o Sintrajufe/RS participou de ato público organizado pela Frente dos Servidores Públicos, com caminhada pelas ruas do Centro, da antiga sede do Banco Central, na Av. Alberto Bins, até o Palácio Piratini, unindo-se a servidores e servidoras do Executivo e do Judiciário estaduais. Também houve atos públicos, principalmente de trabalhadores e trabalhadoras em educação, em cidades como Novo Hamburgo, Pelotas, Rio Grande e Santa Maria.
Santa Maria






Rio Grande


A TVT divulgou reportagem sobre o ato público em Porto Alegre. Na matéria, além de ouvir dirigentes sindicais, é feita mostrado que a unidade por reposição salarial teve início na luta vitoriosa de servidores e servidoras contra a reforma administrativa em 2021.
Em Belo Horizonte (MG), milhares de trabalhadoras e trabalhadores da rede pública de educação do estado se concentraram em assembleia de greve e aprovaram a continuidade da greve pelo piso salarial da categoria. Em Curitiba (PR), foi realizado ato público por salário digno e direitos. A projeção da defasagem da categoria em relação à data-base em maio deve chegar aos 34,5%.














Na cidade de São Paulo, professores realizaram ato público para reivindicar reajuste salarial do piso nacional de 33,24% e a extensão do benefício a todos os integrantes da carreira, inclusive aposentados. Houve atos também em cidades no interior do estado. Os profissionais se opõem ao projeto de lei complementar 2/2022, enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo pelo governador João Doria (PSDB), que propõe reajustes variáveis: 10% para servidores e servidoras em geral e 20% para integrantes das Polícias Civil e Militar.
Na capital do Rio Grande do Norte, Natal, houve uma assembleia unificada das redes estadual e municipais em que foram discutidos piso e carreira dos professores e professorasa. Logo depois, foi realizado ato público em frente à prefeitura local.
Em Salvador (BA), diversas entidades participam do Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Educação, com a paralisação nas escolas das redes estadual e municipal e ato público. Em Teresina (PI), houve ato público de trabalhadores e trabalhadoras da educação na Praça do Liceu.
Em Recife (PE) e Fortaleza (CE), os atos públicos de servidores e servidoras federais exigiram recomposição salarial, fim do desmonte dos serviços públicos e arquivamento da reforma administrativa. No Mato Grosso do Sul, os servidores saíram pelas ruas de diversas cidades, entre elas, Campo Grande e Dourados. Na Paraíba, a mobilização foi em frente à sede do Ministério da Economia em João Pessoa.
Sintrajufe/RS, com informações de Fenajufe, Condsef, CUT, CNTE e Carta Capital