SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESIGUALDADE

Quatro dos 10 bancos mais rentáveis do mundo são brasileiros; população vive cada vez mais pobre

Levantamento realizado pela empresa de análise de investimento Economática e divulgado nesta semana revela que quatro dos 10 bancos mais rentáveis do mundo são brasileiros. O paí­s tem vivido uma onda crescente de desigualdade: enquanto os bancos batem recordes de lucro, a população se vê cada vez mais empobrecida.

A rentabilidade dos bancos brasileiros em relação ao patrimônio lí­quido foi a seguinte: Santander Brasil – 18,9%; Itaú – 17,3%; Banco do Brasil – 15,7%; Bradesco – 15,2%. O ranking é encabeçado pelos bancos norte-americanos Capital One (20,4%) e Ally Financial (19,3%). O Santander Brasil foi o terceiro colocado, e o Itaú, o quinto. Banco do Brasil e Bradesco figuram, respectivamente, nas posições sete e oito. Os dados referem-se ao perí­odo de 2010 a 2021.

Em fevereiro, o Sintrajufe/RS já noticiara que os bancos brasileiros alcançaram, em 2021, lucro nominal recorde, somando, entre os quatro, R$ 81,63 bilhões. Se comparado ao ano de 2020, o resultado desses bancos em 2021 representa um salto de 32,5%. O Itaú foi quem registrou o maior lucro, de R$ 24,988 bilhões. Mesmo se descontada a inflação, o ano de 2021 teve o quarto maior lucro desses bancos desde 2006.

Renda dos trabalhadores em queda

A cada mês temos vivenciado a queda da renda média dos brasileiros e das brasileiras. A renda média do trabalho encolheu 10,7% em um ano, para R$ 2.447 em fevereiromenor valor da série histórica, iniciada em 2012. Além disso, os brasileiros com uma renda mensal de no máximo um salário mí­nimo passaram a representar desde o ano passado a maior fatia da população ocupada na divisão por faixas de renda. Segundo levantamento da LCA Consultores, com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí­lio (PNAD) trimestral do IBGE, o paí­s encerrou 2021 com um total de 33,8 milhões de trabalhadores (36% do total de ocupados) com renda mensal de até um salário mí­nimo, o maior contingente já registrado na série histórica iniciada em 2012. Em 1 ano, o salto foi de 12,2%, ou 4,4 milhões de pessoas a mais.

Essa queda da renda tem a ver também com a precarização do trabalho: a taxa de informalidade subiu para 40,7% no 4º trimestre de 2021, se aproximando da máxima histórica. O número de brasileiros na informalidade alcançou marca recorde de 38,9 milhões de pessoas. O número de trabalhadores por conta própria também cresceu, saltando para 11,1% na média anual e atingindo no 4º trimestre o recorde de 25,9 milhões de brasileiros.

A miséria também aumenta e quase 30 milhões de brasileiros já vivem abaixo da linha da pobreza, conforme estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de outubro de 2021. Desde lá, a situação pode ter piora, já que, ao criar o Auxilio Brasil, o governo de Jair Bolsonaro (PL) acabou com o Bolsa Famí­lia e com o Auxí­lio Emergenciala substituição deixou 29 milhões de pessoas desassistidas (na comparação com 2020, o quadro é ainda pior: 50 milhões a menos recebendo o benefí­cio).