Levantamento realizado pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj) e divulgado nesta segunda-feira, 10, traz novos dados que reforçam a grave crise econômica em que está afundada uma grande fatia da população brasileira. Conforme o estudo, quase 20% da população está vivendo em lares onde nenhum dos moradores ou moradoras tem emprego, nem sequer um trabalho informal.
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São 38,7 milhões de pessoas nessa situação, representando 17,9% da população brasileira que vive sem qualquer renda oriunda do trabalho. É o segundo maior índice da série histórica, atrás apenas de 2020. Rogério Barbosa, professor do Iesp/Uerj, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que uma série de pessoas está vivendo exclusivamente de rendas assistenciais, estratégias precárias e previdência de baixa remuneração. A renda informal não retornou para as famílias no mesmo nível de antes. São menos recebedores, com renda menor e vínculos mais frágeis . O percentual de pessoas que vive sem qualquer renda, seja oriunda do trabalho, seja por outros meios, dobrou em relação a dez anos atrás: atualmente, o índice é de 2%, ou 4 milhões de brasileiros e brasileiras.
Esse é o retrato de uma situação que Jair Bolsonaro (PL) define como uma economia bombando . No governo Bolsonaro, o Brasil atingiu a marca de 125 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira (212,6 mi), que não têm o que comer nas três refeições diárias necessárias. São 33,1 milhões passando fome todos os dias. É o maior número de brasileiros com fome desde os anos 1990, quando órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros, começaram a pesquisar a insegurança alimentar. Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Endividamento e inadimplência batem novo recorde
Também nesta segunda-feira, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou levantamento sobre o endividamento das famílias brasileiras. O número de famílias endividadas atingiu novo recorde: 79,3% do total de lares no país. Nos lares com renda inferior a 10 salários mínimos, o endividamento superou os 80% pela primeira vez. A inadimplência também voltou a crescer, como já ocorrera nos meses anteriores, atingindo 30% do total de famílias no país, maior percentual da série histórica.