A campanha de mentiras da mídia e do governo para justificar a reforma administrativa já está na rua. Mas a proposta de Bolsonaro não deixa dúvidas sobre quem é o alvo. Por trás do discurso de combate aos privilégios , o governo deixou de fora da proposta os verdadeiros privilegiados, as cúpulas dos Poderes e os militares.
Conforme o próprio governo, no detalhamento da proposta apresentado em entrevista coletiva do Ministério da Economia nessa quinta-feira, 3, os chamados membros dos Poderes não serão atingidos pela reforma. São os juízes, desembargadores, ministros dos tribunais superiores, promotores, procuradores e parlamentares. Todos eles, os maiores salários e com os maiores penduricalhos, terão seus privilégios mantidos. Os militares, constantemente afagados por Bolsonaro, também ficam de fora da reforma.
Enquanto isso, a base do serviço público, o quadro de servidores, será desmontada e precarizada. O fim da estabilidade, o enfraquecimento da impessoalidade, a quebra de direitos e benefícios dos servidores e das servidoras e a precarização das formas de contratação são algumas das medidas incluídas na reforma e que irão piorar as condições de trabalho dos trabalhadores do setor público e, ao mesmo tempo, prejudicar a qualidade dos serviços oferecidos à população. Veja AQUI matéria detalhada sobre a proposta.
Para enfrentar a reforma administrativa, os trabalhadores e as trabalhadoras precisam reagir. Neste sábado, o Sintrajufe/RS realiza assembleia geral para debater a luta contra a reforma, além de discutir as medidas de proteção em meio à pandemia. Nacionalmente, representantes de diversas entidades sindicais vinculadas ao Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) aprovaram a realização, em setembro, de um Dia Nacional de Lutas, unificando servidores e servidoras em defesa dos serviços públicos. A Fenajufe também já aprovou adesão à mobilização, que está prevista para a segunda quinzena de setembro.