SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

É PRECISO REVOGAR A LEI 14.437

Governo federal anuncia priorização da antecipação da devolução do IR do RS, entre outras medidas; CUT/RS lança alerta para ofensiva de empresários contra direitos trabalhistas

Atendendo em parte as reivindicações da CUT feitas em reunião na segunda-feira, 6, com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e entidades empresariais, o governo federal anunciou oficialmente, na manhã desta quinta-feira, 9, uma série de medidas e investimentos para ajudar os trabalhadores e as trabalhadoras do Rio Grande do Sul que vêm sofrendo as graves consequências das enchentes que assolam o estado. (veja abaixo o que foi liberado).

O presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci, presente na reunião com Marinho e o setor empresarial, diz que as medidas são bem-vindas, mas que faltou a mais importante, a revogação da lei 14.437, do governo de Jair Bolsonaro (PL), aprovada durante a pandemia, que permite a suspensão de contratos, o corte de salários, a concessão de férias e outros sem que os sindicatos possam negociar.

Essa lei, promulgada em agosto de 2022, retomou com algumas mudanças as regras do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que foi adotado durante a pandemia de covid-19, passando a ser permanente e podendo ser instituído sempre que houver estado de calamidade pública. Entre as medidas trabalhistas previstas estão a antecipação de férias individuais; a concessão de férias coletivas; o aproveitamento e a antecipação de feriados; o banco de horas; e a suspensão da exigibilidade dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“Nós queremos que não haja nenhum tipo de redução do salário, de renda das pessoas, e nós queremos que qualquer tipo de negociação tenha o sindicato e o Ministério Público do Trabalho na mediação, porque o pessoal vai aplicar a lei à risca sem a presença de ninguém na negociação”, afirma Amarildo.

O presidente da CUT/RS crê que as empresas vão aplicar a compensação de horas, a redução do jornada de salário e dar férias, reduzindo a renda do trabalhador. O dirigente denuncia ainda que algumas empresas já começaram a não pagar os salários: “Chegaram aqui reclamações de que algumas empresas não estão pagando o salário de abril, sendo que a enchente foi a partir do dia 2 deste mês de maio. Nós tínhamos avisado, falado com o Ministério do Trabalho, que tinha esse risco. Por isso que é fundamental que, no mínimo, tenha a participação dos sindicatos nas negociações”, diz o dirigente.

O que foi anunciado pelo governo Lula (PT)

▪ Abono Salarial: antecipação do cronograma de pagamento de abono salarial 2024
▪ Beneficiários: 705 mil trabalhadores com carteira assinada
▪ Período: Maio
▪ Impacto: R$ 758 milhões
Seguro-Desemprego: liberação de 2 parcelas adicionais do seguro-desemprego para os desempregados que já estavam recebendo antes da decretação de calamidade, ao final da última parcela
▪ Beneficiários: 140 mil trabalhadores formais desempregados
▪ Período: Maio a outubro
▪ Impacto: R$ 495 milhões
▪ Imposto de Renda: prioridade no pagamento da restituição do IR para declarantes
▪ Beneficiários: 1,6 milhão de potenciais restituições
▪ Período: Junho
▪ Impacto: R$1 bilhão
▪ Bolsa Família e Auxílio-Gás: liberação do calendário para pagamento dos programas Bolsa Família e Auxílio-Gás, antecipando os pagamentos do mês de maio
▪ Beneficiários: 583 mil famílias
▪ Período: Maio
▪ Impacto: R$ 380 milhões

Já foram liberados, na última quarta-feira, 8, o FGTS calamidade e a suspensão do pagamento do Fundo para os empresários. Segundo Marinho, a ajuda endereçada diretamente aos trabalhadores do Rio Grande do Sul soma R$ 1,6 bilhão.

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: CUT/RS

Foto: Ricardo Stucker/PR