SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

JUSTIÇA ELEITORAL

Em reunião com Alexandre de Moraes, Fenajufe reitera importância de medidas que garantam a segurança dos servidores nas eleições

Em reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, nessa quarta-feira, 21, a Fenajufe tratou de diversas pautas, como segurança nas eleições, horas extraordinárias e condições de trabalho. Também participaram da reunião o secretário-geral do TSE, José Levi, e o diretor-geral, Rui Moreira.

As demandas levadas ao ministro pela Fenajufe foram amplamente discutidas e são o resultado das deliberações do Encontro Nacional das Servidoras e Servidores da Justiça Eleitoral (Eneje), ocorrido em julho.

A federação frisou que os servidores e as servidoras são quem, de fato, realizam as eleições e que estão na linha de frente, aguentando as consequências dos ataques promovidos, principalmente, por Jair Bolsonaro (PL), com desinformação e fake news. A Fenajufe cobrou do ministro o reconhecimento e a defesa institucional dos trabalhadores e das trabalhadoras da Justiça Eleitoral.

Também foi cobrado que o TSE elabore ações que garantam segurança dos servidores e das servidoras no dia do pleito. Moraes disse que se reuniu três vezes com as forças de segurança (polí­cias militar e civil) e que a integridade dos servidores foi pauta nesses encontros; ele afirmou que solicitaria aos TREs que divulgassem aos servidores e às servidoras o plano de segurança.

O ministro informou que buscará restringir os chamados CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) para evitar circulação de pessoas armadas e que os juí­zes podem requisitar detectores de metais do comércio, como shoppings, para os locais de votação de maior risco. Ele disse, ainda, que em encontro com os chefes de polí­cia ficou definido que, na maioria dos estados, a lei seca será estabelecida.

Serviço extraordinário

A Fenajufe questionou a orientação do TSE que vincula a obrigatoriedade de trabalho presencial o mês todo para pagamento do serviço extraordinário realizado presencialmente aos finais de semana. A federação ponderou se o TSE não poderia dialogar com o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a excepcionalidade do trabalho de preparação e realização das eleições, uma vez que a orientação é uma determinação do TCU.

Caso seja mantida essa orientação, a Fenajufe alertou sobre a situação dos servidores e das servidoras em teletrabalho que, se forem convocados para trabalhar presencialmente nos dias do pleito, não serão remunerados. O diretor-geral do TSE, Rui Moreira, informou que o serviço extraordinário realizado presencialmente em dias de descanso deve ser pago. A federação pontuou que os regionais não procedem dessa maneira, ao que o secretário-geral, José Levi, respondeu que é uma questão de alinhar com os regionais; segundo ele, esse assunto deve entrar na pauta da reunião com os DGs na próxima semana.

A Fenajufe levantou a preocupação com o limite de 10 horas estabelecido hoje pelo TSE para pagamento do serviço extraordinário, uma vez que, no dia das eleições, os servidores e as servidoras trabalham, no mí­nimo, 12 horas, chegando, muitas vezes, a trabalhar de 14 a 16 horas. Nesse caso, o mí­nimo para pagamento em pecúnia deveria ser de 12 horas, pois a maioria das zonas eleitorais passa disso.

Para esse aumento, o DG levantou o problema orçamentário; contudo, a Fenajufe reforçou que, não havendo condições de ampliar o limite para 12 horas já para esta eleição, o TSE deve se planejar para as próximas.

Condições de trabalho

A federação falou para o ministro sobre a falta de estrutura na JE, principalmente nas zonas eleitorais. Algumas delas não têm sequer banheiro ou mesmo pia para lavar as mãos; há zonas instaladas em garagens, outras com apenas um servidor, em espaços muito pequenos em que os servidores trabalham amontoados.

Foi sugerida pela Fenajufe a realização de um mapeamento das condições de trabalho dos servidores e das servidoras da Justiça Eleitoral, para que o ministro Moraes conheça o funcionamento dos cartórios e as condições de trabalho e que atue junto aos regionais para melhorar as instalações que forem consideradas ruins, disponibilizando orçamento extra especí­fico para isso.

Alexandre de Moraes aprovou a proposta de realização do mapeamento em ní­vel nacional e disse que a ideia da Fenajufe já está acatada. Segundo ele, o projeto terá iní­cio após as eleições.

Fonte: Fenajufe