O diretor do Sintrajufe/RS Edson Borowski está lançando o livro “A construção da cultura do ódio – Como o discurso de ódio produziu a violência política nas eleições de 2022”. Edson também é coordenador da Fenajufe e colega da Justiça Eleitoral, lotado atualmente na 169º Zona Eleitoral, em Caxias do Sul, onde é chefe de cartório.
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Editado pela Paixão Editores, o livro é fruto da dissertação de mestrado realizada pelo autor em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A pesquisa analisou o impacto do discurso de ódio nas eleições de 2022 a partir dos pressupostos da Ciência Política.
Edson Borowski explica que o livro “faz um resgate do período desde 2013, pegando os últimos dez anos, passando pelo impeachment da Dilma, pelo golpe, pela eleição de 2018, e buscando o conceito de ‘discurso de ódio’, que é um conceito ainda em aberto na literatura. E depois a gente aplica isso no caso do Rio Grande do Sul, analisando todos os casos de violência que a gente pesquisou aqui. E, então, chegando a 2022, o ápice da utilização do discurso de ódio como incentivo a atitudes e comportamentos violentos. A gente analisa, por exemplo, as listas de boicote, com ameaças e intimidações a comerciantes que supostamente apoiariam a candidatura de Lula. Também o caso de violência física, na Serra Gaúcha, de uma militante que foi agredida por um apoiador de Bolsonaro. E, por fim, os casos de assédio eleitoral, uma violência dentro do espaço de trabalho a partir da pressão dos patrões para influenciar o voto dos empregados. A pesquisa aponta que retrocedemos cem anos na política, como resultado de um reiterado discurso de ódio, uma permanente instigação para que as pessoas tenham atitudes e comportamentos violentos, e que desemboca no período eleitoral. Só para se ter uma ideia, entre a última semana de setembro de 2022 e o segundo turno foram quase 3 mil denúncias de assédio eleitoral; ou seja, isso foi uma arma muito utilizada pelos apoiadores de Bolsonaro para influenciar o voto dos trabalhadores”.
O autor é graduado em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e em Economia pela Ufrgs, e mestre em Ciência Política pela Ufrgs. Além de “A Construção da Cultura do Ódio”, já lançou outros dois livros, ambos pela Paixão Editores: “As fake news e o discurso de ódio nas eleições gerais de 2018: O ciberespaço como a nova arena de disputa eleitoral” e “O sistema político e eleitoral do Uruguai: Uma viagem nas eleições Presidenciais e Legislativas de 2019”.
“A Construção da Cultura do Ódio – Como o Discurso de Ódio Produziu a Violência Política nas Eleições de 2022” está disponível para compra no site da editora, AQUI. E também pode ser adquirido diretamente com o autor, com desconto, contatando-o via Whatsapp: (51) 98178-2006.
Veja abaixo a apresentação do livro:
O ódio sempre foi utilizado com estratégia para gerar medo e provocar reações extremas em diversos momentos da história da humanidade. Estamos passando, em várias partes do mundo, novamente por uma onda de discursos agressivos que reacendem crenças e valores autoritários e que provocam atitudes e comportamentos violentos. Neste cenário ressurgem inimigos simbólicos, tanto no espectro da política em geral, como a “ameaça” comunista, que nunca existiu na prática, ou realimentando velhas pautas morais que buscam reprimir avanços da sociedade nas últimas décadas. O discurso de ódio é amplificado na nova arena política e eleitoral, através das redes sociais, especialmente formando “bolhas” entre aqueles que são estimulados por líderes autoritários que não apresentam propostas para os reais problemas da sociedade, utilizando estratégias que dissimulam as verdadeiras pautas socioeconômicas, que são efetivamente os principais problemas que o campo político precisa enfrentar. É óbvio que o discurso de ódio provoca danos à política, incentivando atitudes e comportamentos que rejeitam os pilares democráticos, causando danos quase irreversíveis e tensões permanentes na sociedade, disfarçada de uma falsa polarização. Contudo, estamos diante de um paradoxo: a cultura do ódio, estruturada em comportamentos totalitários e violentos, somente prospera em ambientes democráticos, mesmo que provoque grandes danos e contribua para a manutenção de uma crise constante. A consolidação de uma cultura do ódio coloca permanentemente a democracia sob risco, mesmo dependendo dela para se manter e retroalimentar. Por isto, nossa tarefa cotidiana é combater o discurso de ódio em todos os espaços em que atuamos. Boa leitura a todos e todas!