Por um Brasil Feminista e Antirracista. Esse foi o tema de um seminário ocorrido na última sexta-feira, 27, durante a programação do Fórum Social Mundial 2023, na Assembleia Legislativa do RS. A mesa foi composta pela ex-deputada federal Manuela D™ávila (PCdoB), pela socióloga Suelen Aires Gonçalves, pela presidenta da União Brasileira de Mulheres em Pernambuco (UBM-PE), Laudijane Domingos, e pela advogada e militante do coletivo Feminista Classista Ana Montenegro Karine Vicente. A atividade teve mediação de Any Moraes, militante da Marcha Mundial das Mulheres, e Fabiane Dutra, militante da União Brasileira de Mulheres (UBM).
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A socióloga Suelen Aires Gonçalves abriu a discussão abordando a participação de mulheres em espaços de decisão, violência política de gênero e paridade. As mulheres que me antecederam pensaram em ações afirmativas para a ocupação de espaços onde ainda não somos bem vindas. Há uma construção de que a política é um espaço para os homens. Não basta ter mulheres nas direções, é preciso ter um instrumento institucional para dar condições às mulheres concorrerem em pé de igualdade com os homens , reiterou.
“Sem mulheres e negros não há desenvolvimento”, disse Manuela D™ávila. Para ela, não é possível construir um país soberano e com justiça social sem pensar nas soluções com o viés das questões raciais e de gênero. Nós lutamos muito para sair das trevas dos últimos anos. Durante a maior escuridão que vivemos, existiram pontos de luz. Esses pontos de luz foram os negros e as negras, foram as mulheres , enfatizou.
É urgente o fim do feminicídio
De acordo com a presidente da UBM Rio Grande do Sul, Fabiane Dutra, para avançar na conquista de direitos, é urgente que as mulheres parem de ser mortas apenas por serem mulheres, ou seja, vítimas de feminicídio. A gente vinha num momento de resistência de defesa dos nossos direitos para não perder ainda mais, agora a gente espera poder superar esse momento de apenas resistir e conquistar de fato, né? Sobretudo no Combate à violência, porque os feminicídios estão recorde todo ano, com muitos homicídios infantis juntos . Ela destaca que o combate à violência contra a mulher envolve uma educação não sexista e inclusiva e a geração de trabalho e renda para as mulheres terem autonomia econômica.
Militante da Marcha Mundial de Mulheres, Any Moraes explica que o FSM sempre foi um espaço de debates importantes sobre as questões de gênero e de raça. Estar na cidade de Porto Alegre, capital referência na participação social, é fundamental para essa nossa mobilização. Então, é um momento de a gente construir essas alternativas e comemorar também esse fio de esperança de um novo Brasil. As mulheres continuam morrendo, né? O ano de 2023 já iniciou com oito casos de feminicídio no nosso Brasil. Então é fundamental que a gente pense isso como prioridade também, né, essa luta pela vida das mulheres .
A diretora da CUT/RS Mara Weber avalia que “a mesa Feminismo e antirracismo foi construída coletivamente e mostrou a diversidade da luta das Mulheres. Foi uma troca muito intensa, afetiva e profunda que jogou luz sobre as diversas desigualdades dentro do processo de opressão capitalista neoliberal autoritária. Todas as mulheres são oprimidas, mas bolsas companheiras pretas, indígenas e periféricas suportam mais e pesadas camadas de opressão. Não há feminismo sem antiracismo”, completa.
Editado por Sintrajufe/RS; fonte: Brasil de Fato RS