SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Governo quer acelerar PEC Emergencial e votar ainda em 2020; nesta quinta, 10, todos e todas ao ato na Praça da Matriz!

Governo quer acelerar PEC Emergencial e votar ainda em 2020; nesta quinta, 10, todos e todas ao ato na Praça da Matriz!

Nessa terça-feira, 7, o senador Márcio Bittar (MDB/AC) enviou aos lí­deres partidários a minuta de seu texto substitutivo à proposta de emenda à Constituição 186/2019, a PEC Emergencial. Bittar, relator da matéria, suprimiu alguns pontos da proposta original, como a redução de 25% dos salários e jornadas de servidores e servidoras, mas esse e outros itens podem retornar na sequência da tramitação. De acordo com o senador, o plano do governo é votar a PEC no Senado ainda em 2020.

Bittar se mostrou insatisfeito com a retirada da previsão de redução salarial, acordada com o governo. Em entrevista nesta semana, afirmou que incorporaria a desindexação, a desvinculação, eu manteria o texto quando ele diz que quando o Estado, o municí­pio, estoura o orçamento, quem tem que pagar é quem estourou o orçamento, e não a sociedade. E por isso eu manteria o gatilho e a possibilidade de redução de carga horária e salário . Porém, admitiu que o novo texto foi orientado pelo lí­der do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE).

Risco de retorno

O governo parece buscar reduzir a pressão para aprovar a PEC com mais facilidade. Mas não se pode deixar de lado a possibilidade de que o confisco salarial retornea proposta ainda precisa tramitar no próprio Senado e na Câmara dos Deputados. Vale lembrar o caso da PEC do Orçamento de Guerra, quando, na calada da noite, uma emenda apresentada pelo Partido Novo tentou permitir o corte de até 50% nos salários de servidores e servidoras. A emenda acabou barrada, mas o risco de uma rasteira nos trabalhadores se mantém. A pressão do empresariado e, inclusive, de alguns governos estaduais, pode fazer com que retornem ao texto da PEC Emergencial esse e outros ataques que, por ora, foram retirados.

Ataques

De qualquer forma, a PEC Emergencial continua constituí­da como um grave ataque aos serviços públicos e aos trabalhadores e trabalhadoras. O texto institui mecanismos de ajuste fiscal para a União, caso as operações de crédito excedam a despesa de capital, e para estados e municí­pios, caso as despesas correntes superem 95% das receitas correntes. Ficam vedadas a concessão de vantagens, aumentos, reajustes ou adequações de remuneração; a criação de cargo, emprego ou função e a alteração de estrutura de carreira, a não ser que não implique aumento de despesa; a contratação de pessoal e a realização de concurso público; a criação ou majoração de auxí­lios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefí­cios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório; entre outros ajustes acionados pelo gatilho. Com algumas exceções, o texto também extingue os fundos públicos da União, dos estados, do distrito federal e dos muní­cipios criados até 31 de dezembro de 2016, se não forem ratificados pelos respectivos Poderes Legislativos.

Além da PEC Emergencial, outras propostas do governo estão em tramitação compondo o projeto de desmonte e fim dos serviços públicos. É o caso da reforma administrativa (PEC 32/2020), que Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes querem votar logo na sequência da PEC Emergencial e do Orçamento. Entre outras medidas, a reforma administrativa estabelece como constitucional o principio da subsidiariedade, por meio do qual o Estado abre mão do protagonismo como provedor de serviços e do bem-estar da população, passando a atuar apenas de forma residual. Na prática, significa o fim dos serviços públicos e a entrega dos direitos da população nas mãos de quem quer fazer das necessidades dos trabalhadores e das trabalhadoras sua fonte de lucro.

No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite vai na mesma toada. Proposta enviada à Assembleia pretende criar gatilhos para gerar novos ajustes às contas do estado. O objetivo é congelar os gastos públicos pelos próximos dez anos, limitando o aumento dos investimentos públicos à inflação. Caso os limites sejam ultrapassados, fica vedada a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros dos Poderes ou de órgãos, de servidores e empregados públicos e de militares , assim como, a não ser que não haja aumento de despesa, ficam vendadas a criação de cargo, emprego ou função, alterações nas carreiras que impliquem aumento de despesa, admissão ou contratação de pessoal, realização de concurso público, criação ou majoração de auxí­lios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefí­cios, entre outras medidas.

Nesta quinta, 10, todos e todas à luta!

Para combater a reforma administrativa, a PEC Emergencial e os outros ataques que o governo vem desferindo contra os serviços públicos e os servidores, o Sintrajufe/RS tem construí­do uma série de ações nos mais diversos âmbitos. O sindicato está conduzindo uma campanha própria contra a reforma, com ações de mí­dia na televisão, rádio e nas redes sociais e, ao mesmo tempo, atuando em conjunto com outras entidades, como as que compõem a Frente dos Servidores do Rio Grande do Sul e o Movimento a Serviço do Brasil. A colocação de mais de 200 outdoors em todo o estado e a realização de atos públicos são, também, parte desse processo.

Nesta quinta-feira, 10, mais uma importante etapa dessa luta acontece. Juntamente com diversas outras entidades, o Sintrajufe/RS irá participar de ato público como parte do Dia Nacional de Lutas, momento de mobilização em todo o paí­s. Em Porto Alegre, o ato será às 10h, na Praça da Matriz. Todos estão convocados para ir às ruas com todos os cuidados sanitários e derrotar o governo Bolsonaro!

Na quinta, o Sintrajufe/RS também realiza reunião aberta à categoria sobre a reforma administrativa. Participará, como convidado, o assessor parlamentar do sindicato, Antônio Queiroz. A reunião será realizada por videoconferência, a partir das 18h.