O início de 2022 registrou novo aumento no número de brasileiros e brasileiras inadimplentes. O índice está se aproximando do recorde histórico, registrado em abril de 2020, demonstrando o empobrecimento da população frente à crise econômica que o governo sequer busca resolver. Com a renda média em queda, a luta por políticas econômicas democratizantes e por melhores salários ganha peso, e a campanha salarial dos servidores e servidoras, atualmente em marcha, busca responder a essa necessidade.
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Em janeiro, 850 mil brasileiros entraram na lista de pessoas endividadas em comparação com dezembro de 2021. Chegou-se, assim, a 64,82 milhões de pessoas nessa situação no país. O recorde histórico é de 65,91 milhões, em abril de 2020, também sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). O valor total da divida aumentou 3,48% em relação a dezembro, alcançando R$ 260,7 bilhões, e a média é de R$ 4 mil por brasileiro endividado. Ainda mais preocupante é o fato de que a perspectiva é de piora, já que a inflação não para de crescer e a renda, de diminuir. Mesmo serviços básicos estão nessa balança: a inadimplência de serviços de utilidade pública, como contas de água, luz e gás, subiu de já alarmantes 20%, em janeiro de 2020, para 23,7% agora.
A renda média vem caindo mês a mês desde setembro de 2020, quando o governo reduziu o valor do auxílio emergencialdepois extinto. No trimestre encerrado em janeiro, a queda foi de 1,1% em relação ao trimestre anterior, encerrado em outubro, indo de R$ 2.518 para R$ 2.489. Na comparação anualcom o trimestre englobando novembro e dezembro de 2020 e janeiro de 2021a queda foi ainda maior, de 9,7%. Naquele período, a renda média foi de R$ 2.755.
Servidores e servidoras federais, estaduais e municipais, enquanto isso, convivem com longo congelamento salarial, mesmo com o crescimento assustador da inflação. Considerando o conjunto da classe trabalhadora brasileira, os reajustes salariais obtidos em janeiro de 2022 não geraram aumento do poder de compra: apenas 35% representaram aumentos reais, como o Sintrajufe/RS já informou em matéria publicada no final de fevereiro. Para o funcionalismo, porém, até agora o reajuste é zero.
A campanha salarial de servidores e servidoras reivindica reposição de 19,99%, índice referente às perdas apenas durante o governo Bolsonaro. A campanha, que tem tido mobilizações nos estados e em Brasília terá sua próxima atividade no dia 1º de abril, com um ato público em Porto Alegre, às 10h, unificando servidores e entidades das três esferas, com saída da caminhada do Instituto de Educação (avenida Osvaldo Aranha, 527).