SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Judiciário e MPU vão lutar por carreira e salários junto com demais federais em 2014

Reunião ampliada da federação cria Grupo de Trabalho para elaborar proposta de plano de carreira e aprova campanha salarial conjunta com o funcionalismo, que já prepara greve
 

Os trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU decidiram construir desde já uma campanha nacional para lutar pela reposição das perdas salariais na data-base no ano que vem e por um plano de carreira que valorize os profissionais do setor e a função pública e social da Justiça. As reivindicações serão agregadas à pauta do funcionalismo público federal, que se articula nacionalmente para voltar às ruas no iní­cio de 2014 e pode ir à greve conjunta para forçar o governo Dilma Rousseff a negociar.
 
A prioridade dada à luta pela carreira, combinada com a exigência da recomposição dos salários diante da inflação, fez com que os delegados à reunião ampliada da Fenajufe, ocorrida no domingo,10, em Brasí­lia, aprovassem a conformação de um Grupo de Trabalho para tratar do assunto. O GT será composto de 8 representantes, garantida a representatividade de todos os segmentos e cargos, inclusive dos agentes de segurança, oficiais de justiça e aposentados. O GT terá o desafio de elaborar uma proposta de plano de carreira que contemple às expectativas da categoria e a defesa de uma Justiça que cumpra a sua função pública e social. Os estados onde o sindicato também representar os servidores do MPU terão mais um representante deste segmento no Grupo de Trabalho.

Seminário
 
Na véspera da reunião ampliada, os servidores participaram do seminário nacional de carreira, no qual os debates demonstraram que as ameaças que pairam sobre a categoria colocam em risco até mesmo a sua existência enquanto servidores públicos do Poder Judiciário. Ao mesmo tempo, os participantes constataram que nem o governo nem o STF dão sinais de que estejam dispostos a negociar as demandas levantadas pelos trabalhadores, que incluem polí­ticas salariais que detenham a continua perda de poder aquisitivo da categoria.
 
“Temos que garantir nossa carreira, que está sendo atacada de todas as formas. Temos que sair daqui preparados para uma grande mobilização em 2014”, defendeu Saulo Arcangeli, coordenador da Fenajufe. “Não podemos chegar ao começo do ano que vem sem saber o que queremos, temos que nos reparar para a guerra”, disse Adilson Rodrigues, dirigente da federação e do sindicato de São Paulo (Sintrajud-SP).
 
Negociações não avançam
 
O funcionalismo público federal apresentou, no iní­cio do ano, a pauta de reivindicações conjunta e o pedido de abertura das negociações. Mas, de lá para cá, os pedidos de instalação da mesa de negociação não foram acatados. No Judiciário, o STF até agora só atendeu a um item da pauta emergencial de reivindicações: o reenquadramento na tabela salarial, conquista que beneficia algo em torno de 40% da categoria. Mas, não demonstra empenho em negociar os demais itens e nem em equilibrar o tratamento diferenciado dado aos juí­zes em relação aos servidoresapenas os magistrados e ministros dos tribunais superiores tiverem um projeto de lei que repõe parte das perdas salariais encaminhado ao Congresso.
 
A insatisfação dos servidores é tanta que o Fórum Nacional das Entidades do Funcionalismo já aprovou calendário inicial da campanha salarial do ano que vem com indicativo de greve ainda no primeiro trimestre, caso o governo não reveja sua posição de não negociar as pautas do setor. O calendário, referendado na reunião da Fenajufe, prevê atos de lançamento da campanha salarial para o dia 22 de janeiro, nos estados, e dia 5 de fevereiro, em Brasí­lia, com a primeira marcha nacional do ano na capital federal.
 
No dia seguinte, haverá um seminário do funcionalismo para debater a dí­vida pública e os reflexos dela na vida dos servidores. Já no dia 7 acontecerá mais uma plenária nacional do fórum unificado. A primeira reunião ampliada da federação em 2014 foi apontada para o dia 16 de fevereiro, sendo que na véspera acontece um seminário para organizar o Encontro Nacional das Mulheres do Judiciário Federal e do MPU, a ser realizado no ano que vem. As datas, porém, podem ser ajustadas, já que a federação vai propor que o calendário de lançamento da campanha conjunta seja adiado em 15 dias.

Auxiliares judiciários

A reunião ampliada aprovou que a Fenajufe postule, junto ao STF, o reenquadramento de todos os auxiliares judiciários como técnicos judiciários. Caso inexitosa a demanda junto ao Supremo, o debate será remetido ao GT de Carreira, que buscará contemplar o reenquadramento.
 
Indicativo de greve
 
O indicativo de construção da greve unificada dos federais vai da segunda quinzena de março à primeira quinzena de abril. A proposta foi encampada pelos delegados eleitos nas assembleias estaduais para participar da reunião em Brasí­lia. Os servidores não deixaram de observar as dificuldades para isso, mas avaliaram que é possí­vel trabalhar nas bases da categoria para criar um cenário de muita mobilização em ano eleitoral e de Copa do Mundo.
 
“É dever de cada um de nós, de cada dirigente sindical, convencer a base da categoria da necessidade desta luta”, alertou Lindinalva de Souza, dirigente do Sindjufe-BA. “Em 2012, tí­nhamos um cenário muito ruim, com o governo com 80% de popularidade, mas dobramos o governo e fizemos Dilma negociar com o funcionalismo em greve. Que 2014 seja o ano da gente ir para as ruas construir a luta e não abrir mão dela ˜em nome da reeleição™ do governo, como em 2010”, disse o diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira ao defender a independência e autonomia do movimento sindical frente aos governos.


Editado por Sintrajufe/RS, com informações de Luta Fenajufe

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