A advogada Laura Cardoso, que atua na defesa de mulheres em casos que envolvem, por exemplo, feminicídio e violência doméstica, teve o carro incendiado em um atentado na noite de domingo, 19, em frente ao prédio onde mora, em Pelotas. A advogada, que está com 39 semanas de gestação, disse que se sente muito abalada e que o ataque foi uma tentativa de silenciá-la com relação ao seu trabalho.
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“Trabalhar com perspectiva de gênero e violência contra a mulher não é fácil. A gente sabe que enfrenta o sistema, mas acho que a gente não dimensiona como isso pode afetar nossa vida, nossa família e que pode ganhar proporções muito maiores do que a gente pode imaginar”, disse, Laura, chorando, em vídeo publicado em uma rede social nessa segunda-feira, 20.
Um vizinho de Laura alertou sobre o atentado após ouvir o barulho dos vidros do carro sendo quebrados. O homem desceu do apartamento e apagou o incêndio usando um extintor. Após conversar com vizinhos de estabelecimentos próximos ao condomínio onde mora, Laura soube que dois homens foram avistados em uma motocicleta, portando martelo e galão de gasolina. A suspeita é de que eles tenham sido os responsáveis pelo incêndio que destruiu o automóvel. Nada foi roubado.
“Eu não vou parar o que eu estou fazendo. Eu sei que meu trabalho é importante para outras mulheres e o que aconteceu não vai me amedrontar , afirmou Laura Cardoso. Ela considera que, se fosse o atentado tivesse ocorrido em outro momento, estaria abalada, mas não tão abalada quanto estou agora. Já é cruel demais um atentado contra uma mulher no exercício de sua profissão, ou qualquer mulher, mas contra uma mulher grávida de 39 semanas é muito desumano. É muito cruel. Mas eu ainda acredito na força do amor. O amor é revolucionário, eu sei a importância do meu trabalho e vou continuar fazendo”, garantiu.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil; os criminosos ainda não foram localizados. A OAB solicitou medida protetiva à vítima, mas não foi aceita. Mesmo assim, a Brigada Militar colocou o endereço da advogada como local de risco, e equipes estão fazendo ronda, assim como fazem com bancos e pontos com potencial de alguma ocorrência.
Como procurar ajuda
As vítimas ou aqueles que presenciam algum tipo de violência contra a mulher podem denunciar pelo Disque 180, pelo WhatsApp da Polícia Civil (51) 98444-0606 ou por meio da Delegacia Online da Mulher. A Polícia Civil do RS tem 86 unidades especializadas no atendimento.
Sintrajufe/RS oferece suporte e apoio a colegas que sofrerem assédio no Judiciário Federal e MPU no RS
O Sintrajufe/RS disponibiliza atendimento para as e os colegas que sofrerem assédio moral e/ou sexual. Além da participação de representantes da categoria nas comissões de combate ao assédio nos órgãos, o sindicato mantém atendimento interdisciplinar para casos assim. É importante a denúncia pelas vítimas não só para a punição do assediador, mas também para que outras pessoas se sintam encorajadas a fazê-lo.
Veja abaixo os canais para obter suporte da Saúde e do Jurídico do Sintrajufe/RS:
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Telefone fixo: (51) 3235-1977
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Com informações de Fórum e GZH.