O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), participou, nessa terça-feira, em São Paulo, de um seminário organizado pelo banco de investimentos suíço Credit Suisse. Na atividade, Leite defendeu que o governo federal faça uma reforma administrativa mais ousada , ou seja, com ainda mais ataques aos trabalhadores e trabalhadoras.
Em sua fala, Eduardo Leite comemorou o fato de ter, com a reforma realizada no Rio Grande do Sul, ido além , reduzindo a faixa de isenção sobre a contribuição e cortando uma série de incorporações . Para ele, é necessário obter efeitos fiscais para já defende, portanto, que os atuais servidores sejam atingidos. Na prática, porém, essa demanda de Leite já está contemplada em outras propostas do governo federal que, embora não estejam incorporadas na PEC 32/2020, fazem parte do projeto mais amplo de desmonte dos serviços públicos. É o caso da PEC 186/2019, por meio da qual Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes querem autorização para reduzir salários e jornadas dos servidores e das servidoras em 25%.
Leite também celebrou o que diz ter sido um processo com muito diálogo, que é a melhor ferramenta para avançar na democracia , quando da aprovação da reforma estadual. Não citou, porém, que trabalhadores e trabalhadoras realizaram greves e fortes mobilizações para conseguirem manter algum direito mínimo, impedindo impactos ainda maiores. Foi o caso, por exemplo, de educadoras e educadores, que construíram uma grande greve em 2019.
Em junho de 2020, juntamente com o então prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), Leite lamentou decisão do Supremo Tribunal Federal que impediu a redução salarial de servidores tendo por base a Lei de Responsabilidade Fiscal. Seja por qual meio for, o objetivo do governador passa longe da valorização do funcionalismo e da qualificação dos serviços oferecidos à população.
Com o estímulo e o apoio de Eduardo Leite e de outros governadores, Bolsonaro e Guedes buscam aprovar uma série de propostas e projetos contra os interesses da população. Por isso se fazem cada vez mais necessárias as mobilizações das quais o Sintrajufe/RS vem participando, tendo o combate à reforma administrativa como um dos eixos de luta. Na próxima sexta-feira, 29, o sindicato convoca a categoria a participar de caminhada, no Centro de Porto Alegre, contra a reforma, pelo fim do governo Bolsonaro, por vacina para todos já e em defesa do auxílio emergencial. A concentração será às 17h, no Largo Glênio Peres, com a caminhando saindo rumo ao Largo Zumbi dos Palmares às 18h. Também está marcada, para o dia 31, uma carreata, saindo do estacionamento do estádio Beira-Rio.