SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Apagão a 11 dias da eleição exige fim de 8 anos de perdas salariais

Servidores do Judiciário Federal e do MPU fazem, nesta quarta-feira, 24, manifestação nacional para cobrar a reposição de perdas salariais acumuladas ao longo de oito anos. O apagão, com paralisações e atos nos estados, busca mostrar que a mobilização pela aprovação dos projetos salariais e pelo respeito à autonomia entre os poderes da República não vai parar. O protesto acontecerá tendo o ministro Ricardo Lewandowski, que preside o Supremo Tribunal Federal, interinamente como presidente da República. No Rio Grande do Sul, haverá paralisação de 24 horas e ato público em frente ao Anexo da Justiça Eleitoral às 14h.
 

A manifestação, definida ao final da greve, ganha força com a deliberação dos servidores do TRE de São Paulo de paralisarem por 24 horas o maior tribunal eleitoral do paí­s, a 11 dias das eleições. A decisão repercutiu nacionalmente, ganhou espaço na mí­dia e sinalizou o peso que o apagão pode alcançar. A possibilidade de paralisações na Justiça Eleitoral às vésperas das eleições preocupa a cúpula do Judiciário.
 

A coincidência da data com a interinidade de Lewandowski no posto mais alto da República agrega um elemento a mais ao protesto. O chefe do STF assume o cargo porque a presidente Dilma Rousseff (PT) está em Nova York para a Assembleia Geral da ONU. Os demais nomes na linha sucessóriao vice-presidente e os presidentes do Senado e da Câmarapreferiram se licenciar ou se ausentar do paí­s, caso do vice Michel Temer (PMDB-SP), para não assumir o cargo, o que lhes poderia gerar problemas por conta da legislação eleitoral.
 

Participação
 

Dirigentes sindicais destacam a necessidade de envolver todos os tribunais nesta data, que deverá ser marcada preferencialmente por atos centralizados nas sedes da Justiça Eleitoral. Servidores do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Bahia também decidiram pela participação no apagão convocado pela Fenajufe. A expectativa é que a data ganhe mais adesões até quarta-feira. Alguns estados – casos de Mato Grosso, Maranhão e Piauí­ – aprovaram a realização de atos públicos neste dia. Em Santa Catarina, os servidores fazem assembleia na terça-feira, 23, quando devem definir ações para a quarta.
 

A manifestação integra a campanha da categoria em todo paí­s para derrubar as perdas salariais acumuladas desde junho de 2006, assegurar que a autonomia entre os poderes seja respeitada e pressionar o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e a presidente da República, Dilma Rousseff, a iniciarem as negociações em torno dos projetos salariais dos servidores.
 

Pressão não para
 

Com os protestos dessa quarta, os servidores do Judiciário Federal e do MPU podem mostrar que a suspensão da greve nacional não significou o fim das mobilizações e da pressão contra a polí­tica de congelamento salarial do governo. A movimentação dos trabalhadores ganha especial importância no momento em que os magistrados vêm expressando insatisfação com a questão salarial e promovendo até paralisações em alguns tribunais.
 

A avaliação da categoria é que as duas semanas que antecedem as eleições podem ser particularmente decisivas para forçar a abertura de negociações entre a cúpula do Poder Judiciário, o Executivo e o Legislativo. Depois de promover greves em cinco estados no primeiro semestre e em 11 estados no segundo semestre – movimentos que “puxaram” apagões, paralisações, passeatas e atos públicos nos estados e em Brasí­lia -, os servidores apostam em grandes mobilizações conjuntas fazer com que a luta pela revisão dos salários avance.
 

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: Hélcio Duarte Filho, LutaFenajufe.