Diretores foram até a Vila Asa Branca, um dos locais mais atingidos pelo transbordamento do Arroio Feijó
Gestos solidários podem não resolver problemas, mas amenizam sofrimentos. Consciente disso, a direção do Sintrajufe/RS fez um chamado para a categoria participar da doação de roupas, alimentos e materiais de limpeza e higiene para as vítimas do transbordamento do Arroio Feijó, no bairro Sarandi, em Porto Alegre, dia 31 de agosto, que afetou mais de 700 famílias. Na manhã desta terça-feira, os diretores José Paulo de Oliveira Barros, Lázaro Acosta e Suzana Gudolle fizeram a entrega do restante dos donativos na vila Asa Branca, bairro Sarandi, para várias famílias. Uma parte já havia sido entregue no dia 12 de setembro .A primeira visita foi à pensionista Maria Silveira, 83 anos, que perdeu todos os pertences no alagamento. Ela mora com um filho em uma casa pequena, de quatro cômodos, de madeira, ainda não quitada. Na noite em que o dique rompeu, todo mundo ficou assustado, foi uma correria na vila , conta Maria, que precisou sair de casa carregada no colo pelos vizinhos, pois tudo estava alagado. Ela e o filho ficaram quatro dias fora de casa, até a água baixar. Sempre de bom humor, Maria recorda que contou com a família e os vizinhos para reconstruir seu lar.
O alagamento foi mais uma tragédia na vida de Glória de Lourdes Menna. Ocorreu semanas depois da morte do marido. Desempregada e sofrendo com depressão e pressão alta, Glória conta que está muito difícil conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Ela e o filho de 12 anos vivem apenas com os recursos do Bolsa-Família e com parcas ajudas de familiares e amigos. Recebeu o sindicato em sua casa, de madeira, muito humilde, que pela fragilidade da construção oferece riscos para ela e a criança.
O diretor Barros afirmou que há um crescimento politizado entre as instituições sindicais sérias, no sentido de acompanhar os problemas sociais, buscando, se não solucioná-los, ao menos minorá-los .
O trabalho do sindicato é pautado nas demandas da categoria, mas não perdemos de vista a solidariedade de uma forma mais ampla. Os servidores do Judiciário têm respondido de maneira muito positiva às campanhas do sindicato , disse Lázaro. Para o diretor, é importante o sindicato ir aos locais, conhecer as pessoas, pois isso, sem dúvida, pode auxiliar a entidade a desenvolver novos projetos, cada vez mais sintonizados com o exercício da cidadania.
Por Rosane Vargas, Sintrajufe/RS