SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

PAI DA MENTIRA

Um dia depois de negar, Bolsonaro acena a policiais e confirma jogo da confusão; Sintrajufe/RS vai a Brasília pelos 19,99%

A quinta-feira, 26, foi mais um dia em que o principal trabalho do governo de Jair Bolsonaro (PL) foi criar confusão sobre a reposição salarial dos servidores. Mais uma vez, o presidente deu, no mesmo dia, declarações contraditórias entre si. O objetivo é claro: desmobilizar as categorias e enrolar a confirmação de qualquer índice até o prazo máximo, buscando evitar protestos posteriores.

As edições desta sexta, 27, dos principais jornais impressos do país trazem notícias sobre um recuo de Bolsonaro em relação a uma possível reposição maior para as carreiras policiais do que para as demais categorias. Porém, com Bolsonaro na Presidência, jornal do dia seguinte já é de notícia velha: no mesmo dia em que recuou dessa reposição maior, Bolsonaro recuou do recuo: no fim da tarde, fez novo aceno aos policiais: “O reconhecimento é uma coisa importante e a gente espera, no momento certo, poder, materialmente até, o reconhecimento aos policiais federais e aos policiais rodoviários federais”, disse.

Em janeiro de 2022, as diversas categorias de servidores públicos deram início a uma campanha salarial unificada. Desde antes disso, Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, já haviam iniciado a aplicação da tática da confusão. A cada semana – ou, às vezes, a cada dia – mudavam de tom em relação à possibilidade de reposição salarial, tanto para policiais – preferidos do governo – quanto para as demais categorias. Não por acaso, poucas semanas atrás uma minuta de reposição de 22% para os servidores do Banco Central foi apresentada e retirada no mesmo dia. É o mesmo contexto em que o índice de 5% como reajuste linear é ventilado na imprensa a cada semana, sem nenhuma proposta oficial, para depois o governo voltar a dizer que nem isso está garantido.

Pelo menos desde abril o Sintrajufe/RS vem advertindo que o governo faz o “jogo da confusão”. O objetivo é empurrar qualquer reajuste até perto do prazo final, 4 de julho. Assim, qualquer índice que seja apresentado será o índice final, buscando impedir mobilizações e protestos na sequência. Por isso, o momento é de reforçar a luta. A campanha salarial reivindica 19,99% de reposição emergencial, índice referente às perdas acumuladas apenas entre o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, e dezembro de 2021.

Na próxima semana, Sintrajufe/RS participa de mobilizações em Brasília

O próximo passo da campanha salarial acontece na próxima semana, em Brasília. A pressa é grande: o prazo para conseguir a reposição neste ano é 4 de julho. Na parte da manhã, haverá ato público dos servidores públicos federais com concentração no espaço do servidor. À tarde, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, acontece o ato político “Pela valorização das Servidoras e Servidores Públicos: Recomposição Inflacionária Já”. O Sintrajufe/RS enviará caravana com 12 colegas para fortalecer as atividades.