SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

MEIO AMBIENTE

Tragédia anunciada: Bolsonaro aumenta em 564% a terceirização no meio ambiente

Em sua lógica de que tudo que privado é melhor do que o público, que o meio ambiente é apenas um entrave à exploração de terras indígenas, que a saúde e a Previdência, entre outros serviços públicos, são apenas custos, o governo de Jair Bolsonaro (PL) adota uma política de desmonte de autarquias e órgãos e o país assiste a destruição do meio ambiente e ao desmonte na prestação de serviços à população. A política adotada no governo de contratar pessoal temporário, em vez de promover concursos públicos, causa enormes prejuízos ao país, como mostram os dados de aumento de queimadas e desmatamentos, e piora nos serviços prestados à população, evidenciadas nas filas do INSS, para citar apenas duas áreas afetadas.

Só nas autarquias do Ministério do Meio Ambiente, que englobam o Instituto (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o salto de contratação temporária foi de 564%. Em 2013, os servidores respondiam por 90% dos cargos ocupados nessas autarquias. Sob Bolsonaro, esse índice caiu para 56%, conforme análise publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em abril, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Brasil bateu mais um recorde de desmatamento na Amazônia. Foram derrubados 1.012,5 km² de floresta, mais um recorde de destruição da floresta sob o governo Bolsonaro, que representa um salto de 74% em relação aos alertas de desmate registrados em abril do ano passado, cerca de 580,5 km², um número que também era o recorde para o mês. Já as queimadas no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado não só continuam como já são maiores do que em 2021. Segundo o INPE, nos quatro primeiros meses do ano foram registrados 175 focos de queimadas no Pantanal, superior aos 148 de igual período do ano passado, aumento de 18,2%. No Cerrado, foram mais de 4 mil focos, 20% a mais que no ano anterior. Na Amazônia, o problema também teve crescimento: em Rondônia o aumento foi de 39% no número de focos de queimadas se comparado com o ano passado. Já o Amazonas teve aumento de 94%, saindo da marca de 105 em 2021 para 204 focos de queimadas neste ano.

Além disso, com Bolsonaro, servidor que trabalha para impedir a tragédia é perseguido ou demitido, como foi o caso do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, que foi demitido do cargo de superintendente da corporação no Amazonas depois de denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles estava envolvido com o caso que ele investigava de extração ilegal de madeira na Amazônia.

Além das autarquias do Ministério do Meio Ambiente serem desmontadas, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é outro exemplo de descaso do governo Bolsonaro que tem reduzido seu orçamento e precarizado sua estrutura. No INSS, Bolsonaro não repõe mais de 10 mil servidores que deixaram o órgão por aposentadoria e outros motivos. Em vez disso, contratou três mil militares (sua base de apoio), sem experiência na área, para fazer o serviço de civis altamente qualificados. Agora, com o fim do contrato dos militares no último 31 de maio, as seis superintendências do INSS foram orientadas a contratar empresas terceirizadas.

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: CUT.