SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Sintrajufe/RS participa de audiência sobre corte de árvores próximo à Usina do Gasômetro, em Porto Alegre

Uma audiência pública realizada em Porto Alegre, dia 18, decidiu manter o corte de árvores para a ampliação da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira Rio), prevista dentro das obras da Copa do Mundo de 2014. Foram quase quatro horas de debates na Câmara Municipal de Vereadores. A retirada das árvores da Praça Júlio Mesquita começou em fevereiro, mas foi suspensa após grande mobilização popular. A diretora Cristina Lemos participou da audiência. Ela disse que não houve um debate real e que audiência foi mais uma forma de o governo Fortunati buscar a legitimação para o corte. Segundo a diretora, as falas foram controladas e as inscrições já estavam fechadas antes do início da audiência, o que impediu uma boa discussão.
 
A prefeitura argumenta que a realização da obra é necessária para garantir a fluidez do trânsito e a segurança dos usuários dos parques da Harmonia e Marinha do Brasil. Segundo o governo municipal, serão discutidas novas formas de compensação ambiental e também a criação do Parque da Usina do Gasômetro, que está previsto no Plano Diretor da capital. No entanto, não foram apontadas datas para que isso se concretize. A obra exige o corte de 115 árvores, segundo a administração.

 
Passaram pela tribuna mais de 20 pessoas, entre elas, nove vereadores. A plateia vaiou e gritou, principalmente contra os que defendiam o corte das árvores. A data de recomeço dos cortes não foi divulgada. A promotora Ana Maria Moreira Marchesan pediu que o município suspendesse o corte das árvores por mais alguns dias para que o tema seja mais bem discutido com o Ministério Público.
 
Cristina afirma que, em nenhum momento, a prefeitura apresentou soluções alternativas de mobilidade. “É como se o único meio de transporte viável fosse o automóvel; não é pensada uma cidade mais humana, que considere as aspirações da população em sua diversidade”, afirma a diretora do sindicato. Em nota, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) considera que “Os 70 km de Orla do Guaíba, menina dos olhos da especulação imobiliária e o mais valioso patrimônio público da coletividade porto-alegrense, não foram privatizados graças à vigilância e atuação política da sociedade civil organizada. Nenhuma sustentabilidade econômica e ecológica pode ser construída à revelia do que de melhor a ética e a racionalidade política produziram na cultura da humanidade”.