SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DESTAQUE

Sintrajufe/RS participa de ato público, nesta quarta-feira, 9, exigindo justiça para Jane, mulher negra morta em ação da Brigada em Porto Alegre

Sintrajufe/RS participa de ato público, nesta quarta-feira, 9, exigindo justiça para Jane, mulher negra morta em ação da Brigada em Porto Alegre

Nesta quarta-feira, 9, às 18h, o Sintrajufe/RS participa de ato público para exigir justiça para Jane Beatriz da Silva, mulher negra, funcionária pública, ativista e promotora legal popular, que foi morta na porta de casa durante ação da Brigada Militar na terça-feira, 8. A manifestação ocorrerá na esquina da rua Caixa Econômica Federal com a rua Cruzeiro do Sul.

Veja abaixo nota lançada pela Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos e pela Promotoras Legais Populares, assinada por Sintrajufe/RS, centrais sindicais e outras entidades do movimento popular.

JUSTIÇA POR JANE

Jane Beatriz Machado da Silva, mulher negra, mãe, avó, bisavó, servidora pública municipal, Promotora Legal Popular formada pela Themis, ativista reconhecida por sua comunidade e moradora da Grande Cruzeiro foi morta na porta de sua casa durante ação ilegal da Brigada Militar nesta terça-feira, 8 de dezembro de 2020.

Sem que haja notícia de mandado judicial, a Brigada Militar invadiu a casa de Jane, que tentou impedir a violação ilegal de seu domicílio. Jane era mulher consciente de seu direito à dignidade e à privacidade e não cedeu à truculência policial.

Segundo relatos, o 1º Batalhão da Brigada Militar já vinha realizando ações similares de intimidação e invasão do domicílio de Jane e de diversos outros moradores da Grande Cruzeiro. A morte de Jane não é um caso isolado, é mais um exemplo de como a estrutura genocida do Estado extermina pessoas negras, defensoras e defensores dos direitos humanos. Em 2019, no Brasil, quase 8 em cada 10 pessoas vítimas de intervenção policial com morte eram negras; no Rio Grande do Sul, apenas no primeiro semestre de 2020, foram 90 mortes decorrentes de intervenção policial.

É imprescindível e urgente que as circunstâncias da morte de Jane sejam rigorosamente apuradas pelas autoridades competentes; que a família e a comunidade recebam o adequado apoio e respeito do Estado e que ações concretas sejam tomadas pelo Poder Público para que os direitos e as vidas das pessoas negras e periféricas não sejam mais sistematicamente violados.

O nome e a história de vida de Jane não serão esquecidos. Por sua memória, exigimos justiça e reparação. Chamamos todas e todos a participarem do ato que ocorrerá hoje (09/12), às 18h, na esquina da Rua Caixa Econômica com a Cruzeiro do Sul.

JUSTIÇA POR JANE! #VidasNegrasImportam