SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

DIVERSIDADE

Sintrajufe/RS participa de 25ª edição da Parada Livre de Porto Alegre

Porto Alegre recebeu, na tarde deste domingo, no Parque da Redenção, a 25ª edição da Parada Livre. A manifestação e ato cultural iniciou-se ao meio-dia, com apresentações artísticas. Já a marcha ao redor do parque, com trios elétricos, aconteceu por volta das 16h, e as programações seguiram até as 22h, em palco montado próximo ao espelho d’água. A Parada contou com apresentações musicais, performances de drag queens e grupos de dança. Ainda, o evento teve diversas manifestações políticas contra o governo Bolsonaro. O Sintrajufe/RS participou da atividade, também com atuação de integrantes do Núcleo de Diversidade Sexual do sindicato, o Nuds.

A Parada Livre acontece após o cancelamento das duas últimas edições por conta da pandemia. Célio Golin, militante do Grupo Nuances e organizador da Parada, saudou o retorno: “Dois anos sem Parada é um impacto, porque é um evento que já vem, há 25 anos, fazendo parte da cidade, da vida de milhares de pessoas. A volta da Parada tem um significado especial para a população LGBTIQIA+ de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, porque congratula de novo essas pessoas num evento, que é político, é alegre, mas faz com que as pessoas desenvolvam uma identidade, um laço afetivo muito forte, porque é um momento de êxtase. É um momento das pessoas realmente extravasarem, porque elas têm uma vida comum, e muitas uma vida muito sofrida de discriminação, então a Parada consegue mudar esse cenário, mudar a perspectiva, e trazer uma outra forma de estar no mundo”, diz.


A diretora do Sintrajufe/RS e integrante do Nuds Luciana Krumenauer destaca que “foi um dia belíssimo de sol, com em torno de 100 mil pessoas ao longo dia. Foi muito grande, muito bonito. As pessoas não querem mais esse governo. Na Parada, elas se sentem bem de irem mostrar quem elas são, o orgulho de serem e terem essa diversidade. Foi muito lindo. Gostei muito de ver o povo feliz. Foi um encontro maravilhoso na luta contra o ódio. Foi muito bom ver as pessoas entendendo que a Parada Livre não é só uma festa, é um ato político onde mostramos que a gente pode estar em todos os lugares, a gente pode ser quem quisermos ser”.

Também diretora do Sintrajufe/RS e presente na Parada Livre pela primeira vez, Alessandra Andrade conta que tanto ela quanto sua filha saíram “encantadas”. Ela relata que poucas vezes viu a filha tão empolgada e que encontrou “um ambiente de alegria, amor, parceria, cooperação. Mostrei para ela porque isso provoca tanto ódio naqueles que querem nos destruir. Porque tudo isso é verdadeiro, espontâneo, não tem dinheiro que compre. Por mais que tentem nos controlar, nossas vidas, nossos corpos, nossas horas de vida, nunca, por preço algum terão isso”. Alessandra coordenou a área de acessibilidade e diz que ouviu muitos elogios “pelo respeito com as pessoas com deficiência”. Ela parabenizou os organizadores “por terem aberto esse espaço tão especial, onde as pessoas se sentiram respeitadas e valorizadas como indivíduos diversos que somos”.

O diretor do Sintrajufe/RS Mario Marques, que também participou da Parada, disse que se tratou de “um ato de resistência e de luta contra o ódio, principalmente do ódio do atual governo federal. A participação foi muito intensa e com tudo muito colorido e organizado, tudo na paz e com a participação das entidades políticas e governamentais, coletivos e do Nuds do Sintrajufe/RS”. Ele destaca que “a caminhada com trios elétricos foi um encerramento bonito, participativo e colorido”.


Renata dos Anjos, fundadora do Mães pela Diversidade no estado, destaca que a entidade passou os últimos dois anos fazendo o trabalho interno de acolhimento de novas mães e novos pais. “Muitos deles nunca viveram esse momento, de estar numa festa, de poder mostrar o seu orgulho, seu amor. Mostrar que ser mãe e pai de LGBTQIA+ é um orgulho para a gente, que nossos filhos não têm nada de errado. É uma alegria enorme estar de volta aqui”, diz Renata. Ela lembra ainda que a associação Mães pela Diversidade surgiu justamente em resposta a uma fala do presidente Jair Bolsonaro, quando ainda deputado, em que ele disse que nenhum pai ou mãe “teria orgulho de ter um filho homossexual”: “Nós formamos a associação para lutar contra tudo isso que está aí. A gente nunca esperava um retrocesso tão grande e estamos aqui com as nossas famílias, os nosso filhos e filhas, para mostrar toda a nossa alegria e o nosso amor”, explica Renata.


Este ano, uma novidade foi a estreia da Rua dos Direitos, espaço em que organizações sociais e instituições públicas apresentaram seus projetos e ações para a comunidade. Durante o último mês, mais de duas dezenas de atividades de apoio à Parada Livre foram organizadas por pequenos negócios parceiros, entre promoções, festas e lançamentos de lanches e drinks.

Além do Sintrajufe/RS, o evento foi organizado pelos coletivos Nuances, Igualdade, Somos, Outra Visão, G8 – SAJU/UFRGS, Juntos LGBT, Mães pela Diversidade, Escoteiros do RS, Homens Trans em Ação, Bloco da Diversidade, Coletivo Amora, Instituto Teia – Direitos Humanos, Transenem, Rede Lés-Bi, Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids – RS e Homens Negros Trans e Transmasculines em Diáspora.


Com informações e fotos do Sul 21.