SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

FEMINISMO

Sintrajufe/RS oferece vagas gratuitas para sindicalizadas e sindicalizados em curso sobre violência polí­tica de gênero; inscrições até o dia 30 de julho

O Sintrajufe/RS está oferecendo 10 vagas gratuitas para sindicalizadas e sindicalizados no curso Violência Polí­tica de Gênero, da Escola As Pensadoras, que promove formação sobre questões de gênero e suas interseccionalidades (raça, etnia, sexualidade e classe). Serão cinco encontros, em agosto e setembro, e as inscrições devem ser feitas até o dia 30 de julho. O curso será online, pela plataforma Google Meet.

Para se inscrever, é necessário preencher o formulário online disponí­vel AQUI. Caso haja mais de 10 inscrições, as vagas serão sorteadas entre as sindicalizadas e os sindicalizados, considerando os seguintes critérios: raça, pessoas com deficiência, diversidade sexual e geracional, bem como a participação de sindicalizadas e sindicalizados do interior e da capital.

As sindicalizadas e sindicalizados que não forem contemplados com as vagas e que tiverem interesse em fazer o curso terão o desconto de estudante. Nesse caso, a inscrição deverá ser realizada diretamente no site dç As Pensadoras. Para garantir o desconto, é necessário anexar uma comprovação de ví­nculo com o Sintrajufe/RS que deverá ser solicitado ao sindicato e anexado no momento da inscrição. A escola solicita que seja enviado um e-mail para [email protected] informando o interesse no curso, a fim de que seja homologada a inscrição.

Os encontros acontecem nos dias 24, 26, 27 e 31 de agosto e 2 de setembro, em alguns casos das 9h às 11h, em outros das 18h às 20h (veja a programação completa abaixo), totalizando 20 horas.

De acordo com levantamento realizado pela ONU “Mulheres Brasil em 2020”, do total das que ocupam espaços polí­ticos, 82% já sofreram violência psicológica, 45% foram alvo de ameaças, 25% foram violentadas fisicamente no espaço parlamentar e 40% afirmam que a violência atrapalhou a sua agenda legislativa. A violência polí­tica de gênero é considerada uma das principais causas da sub-representação feminina nos espaços de poder e decisão. Segundo o IBGE, 51.8% da população brasileira é composta por mulheres. A quantidade de mulheres em cargos eletivos deveria seguir a mesma proporção. Contudo, no Brasil, as mulheres são apenas 15% da Câmara dos Deputados e 12% do Senado Federal. Foram 900 os municí­pios que não tiveram sequer uma vereadora eleita no pleito de 2020.

As ministrantes serão Aimê Barbosa Martins Bast, assistente parlamentar e coordenadora da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Campo Grande (MS); Luí­sa Souza, advogada, professora e comunicadora, integrante do Coletivo Elas Podem; e Nirlyn Karina Seijas Castilho Conceição, artista de dança, doutora em Cultura e Sociedade, idealizadora e professora da Otratierra – escola de artivismos.

Veja abaixo a programação completa:

Aula 1: Violência Polí­tica: uma questão de gênero?
Data: 24 de Agosto, quarta-feira, das 09h00 às 11h00.
Professora: Nirlyn Seijas
Ementa: A face mais conhecida da violência contra a mulher é aquela que ocorre na esfera privada, dentro dos lares e tendo como principal algoz companheiros, ex-companheiros, pais e até mesmo seus filhos. Entretanto, a violência resultante da desigualdade de gênero e da dominação masculina se desdobra também para a cena pública e viola direitos polí­ticos das mulheres, colocando uma série de barreiras para que possam representar seus próprios interesses.
Objetivo: Entender a relação entre gênero e violência; quais os tipos de violência e como percebê-las na construção da sociedade brasileira;


Aula 2: A cegueira de gênero na polí­tica
Data:
26 de Agosto, sexta- feira, 18h00 às 20h00
Professora: Aimê Martins
Ementa: A polí­tica enquanto teoria e prática é marcada pela ausência das mulheres e a incorporação dos códigos masculinos em seus espaços e escritos – a despeito de seus pressupostos universais. A crí­tica decolonial se faz potente no contexto polí­tico latino-americano ao visibilizar um sistema de opressão engendrado na violência colonial e propor experiências despatriarcalizadoras nos Estados Modernos.
Objetivo: Repensar conceitos clássicos da ciência polí­tica a partir da perspectiva de gênero e da crí­tica decolonial, e refletir sobre as ausências das mulheres dos espaços de poder.


Aula 3: A trilha legislativa da mulher
Data:
27 de Agosto, sábado, 09h00 às 11h00
Professora: Luí­sa Souza
Ementa: A árdua conquista da evolução dos direitos das mulheres começou muito antes dos passos evolutivos na trilha legislativa. Sendo assim, para compreender o caminho percorrido por mulheres até atingirem prerrogativas legislativas e o sufrágio feminino, é necessário explorar quais foram os movimentos e percalços enfrentados neste decorrer até as mais recentes reformas eleitorais.
Objetivo: Analisar a evolução dos direitos das mulheres para compreender o avanço da trilha legislativa em recortes de gênero.


Aula 4: O avanço do neoconservadorismo e o impacto nos direitos das mulheres
Data:
31 de Agosto, quarta-feira, 18h00 às 20h00
Professora: Aimê Martins
Ementa: O avanço do neoconservadorismo é um fenômeno global marcado pela instrumentalização do combate à pauta da igualdade de gênero e da diversidade sexual por movimentos, lí­deres e governos de direita e de extrema direita. Encabeçado por movimentos contra a ideologia de gênero e a defesa da famí­lia , nos termos em que é feita, legí­tima violências e restrições de direitos, assim como processos de privatização e erosão da dimensão coletiva da polí­tica.
Objetivo: Identificar o neoconservadorismo dentro do contexto regional, discutir o significado de ideologia de gênero , analisar episódios recentes da polí­tica brasileira pela perspectiva de gênero.


Aula 5: Prevenção e combate à violência polí­tica de gênero
Data:
02 de Setembro, sexta-feira, das 18h00 às 20h00
Professora: Luí­sa Souza
Ementa: A sub-representação feminina nos espaços públicos de poder levou para os órgãos públicos e demais ambientes polí­tico-eleitorais o debate da violência polí­tica de gênero. Esse fenômeno motivou a elaboração de normas preventivas e combativas, além de trazer os principais aspectos da problemática e revelar resultados de estudos que apontaram a realidade e incidência dessas ocorrências. Ao incentivar a conscientização a respeito da temática, pode-se observar o avanço no combate dos atos daqueles que buscam anular, impedir ou limitar o exercí­cio dos direitos polí­ticos das mulheres.
Objetivo: Explorar, por meio do debate, quais aspectos devem ser analisados em ocorrências de violência polí­tica de gênero que repercutiram, para que se possa identificar quais são ou poderiam ser as prevenções cabí­veis, além de planos de combate aplicáveis para essa realidade.