Estão disponíveis para preenchimento os formulários do LesbocensoMapeamento de Vivências Lésbicas e Sapatão no Brasil, que visa coletar informações sobre autoidentificação, trabalho, educação, saúde, relacionamentos, relações familiares e redes de apoio que as lésbicas e sapatão possuem nas diversas regiões do país.
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O Lesbocenso é um mapeamento sociodemográfico das vivências de lésbicas e sapatão do Brasil, e uma estratégia de formação política e de fortalecimento de redes para incidência na garantia de direitos específicos para a população lésbica. Promovida pela Coturno de VênusAssociação Lésbica Feminista de Brasília e pela Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), a iniciativa busca alterar o cenário de subnotificações de crimes, violação de direitos e da falta de políticas públicas específicas para lésbicas e sapatão. Os dados serão utilizados para a produção de relatórios, que servirão para fomentar políticas públicas nacionais e regionais para lésbicas e sapatão. O objetivo, no Rio Grande do Sul, é atingir a marca de 3,5 mil formulários preenchidos.
Diversas pesquisadoras de universidade de vários estados estão envolvidas no projeto e o anonimato nas respostas é garantido. Todo o mapeamento será realizado pela internet, de forma gratuita e voluntária, por meio do site www.lesbocenso.com.br. Para acessar diretamente o formulário e participar da pesquisa, clique AQUI.
As entidades organizadoras do Lesbocenso explicam que a iniciativa busca suprir uma lacuna, uma vez que o Censo do IBGE não traz perguntas sobre a orientação sexual ou a identidade de gênero. A diretora do Sintrajufe/RS Naiara Malavolta Saupe é uma das coordenadoras voluntárias da pesquisa no Rio Grande do Sul. A invisibilidade demográfica dessa população traz várias consequências, como a ausência de políticas específicas de saúde e de combate à violência motivadas pela orientação sexual (les-bi-transfobia).
De acordo com o Dossiê do Lesbocídio, organizado pela universidade do RJ, foram mapeados 126 assassinatos de lésbicas, entre os anos de 2014 a 2017, motivados, exclusivamente, pela lesbofobia. O documento chama a atenção para o grande potencial de subnotificação, ou seja, esses números podem ser bem mais expressivos. As lésbicas estão em segundo lugar nos registros de violências contra pessoas LGBT. No entanto, esse dado não se configurou, ainda, em políticas efetivas de apoio às vítimas, prevenção e punição aos agressores. Naiara explica que isso acontece, em especial, porque governos, responsáveis pela produção de dados estatísticos, se eximem dessa tarefa, inviabilizando e deixando de atender a essa população e suas especificidades.
Por que pesquisa de lésbicas e sapatão? Qual a diferença?
Ao longo dos anos, o movimento foi ressignificando a palavra sapatão, usada, originalmente, como xingamento. Hoje, muitas lésbicas preferem essa identidade como uma forma de identidade política, anti-heteronormativa.
Contatos da coordenação:
Léo Ribas(41) 996588612
Leila de Castro(61) 982543699
E-mail: [email protected]
Instagram: @lesbocenso