Nessa quarta-feira, 23, a Alemanha foi surpreendida ao perder o jogo para o Japão na estreia da Copa do Mundo, por 2 a 1. Porém, fora do campo, os alemães deram uma goleada ao driblarem a mordaça imposta pela Fifa quanto a denúncias de desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas no Qatar.
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O time alemão fez um protesto antes da partida ao posar para a foto oficial com a mão na boca, um gesto simples e poderoso e uma alusão à atitude da Fifa de impedir que os capitães das seleções utilizassem uma braçadeira com as cores da bandeira LGBT+. A faixa “One Love” serviria para protestar contra a criminalização, no Qatar, de qualquer prática que fuja da heteronormatividade.
A Fifa ameaçou punir as equipes com cartões amarelos caso o protesto com as braçadeiras acontecesse, pois o item iria, supostamente, contra o regulamento da competição por conter mensagem política ou religiosa. De quebra, nas arquibancadas, a ministra do interior e da comunidade da Alemanha, Nancy Faeser, assistiu à partida exibindo a braçadeira LGBT+ vetada pela Fifa.
Conforme o articulista do UOL Jamil Chade, “ao longo dos anos, vimos como o monopólio do uso político do esporte está nas mãos dos políticos e de seus dirigentes cúmplices. Aos demais, a lei estabelece a mordaça, um ato político. Com o argumento de se evitar a política no esporte, instituições e suas leis garantem que apenas quem está no poder possa politizar o esporte, o torcedor e a emoção”.
A Fifa já havia proibido que a seleção dinamarquesa usasse, apenas nos treinos, uma camiseta com a mensagem “direitos humanos para todos”. Além de discriminação e restrições de direitos à comunidade LGBT+ e às mulheres (elas praticamente passam a vida inteira sob a tutela de um homem, seja pai, irmão, marido ou outro parente do sexo masculino), o Qatar é acusado de uma série de violações contra trabalhadores imigrantes, o que teria provocado a morte de cerca de 6,7 mil pessoas.
Fonte: UOL e Sico Notícias