SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Seguindo a tendência brasileira, RS tem aumento do desemprego e saldo negativo de mais de 120 mil postos de trabalho desde o início da pandemia

Relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado nesta semana revelam em números o que é facilmente perceptível na prática. Desde o início do ano, mesmo com janeiro e fevereiro tendo saldos positivos, a variação é de -3,76% de vagas. O saldo total do ano é de -94.490 postos de trabalho. Foram 542.782 desligamentos e 448.292 admissões. No mesmo período do ano passado, o saldo do emprego formal foi positivo com a criação de 19.816 novos postos de trabalho. Se considerarmos os números desde março deste ano, quando a pandemia chegou de vez no Brasil, os números são ainda piores: saldo negativo de 124.193 postos de trabalho.

No Brasil, o cenário também é desolador. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), do IBGE, o desemprego subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, atingindo 12,7 milhões de pessoas, com um fechamento de 7,8 milhões de postos de trabalho em relação ao trimestre anterior. É a primeira vez que menos da metade da população em idade de trabalhar está ocupada. A divulgação dos dados de junho, que já deveria ter ocorrido, foi adiada.

Crise pra quem?

Como o Sintrajufe/RS mostrou em matéria publicada nesta semana, os super-ricos estão protegidos: o patrimônio de 42 bilionários brasileiros cresceu R$ 175 milhões durante a pandemia, mais do que o gasto previsto na primeira leva do auxílio emergencial.

A crise econômica é real e aprofundada pela economia, mas as escolhas políticas podem agravar ou amenizar o problema. Estudos que investigaram a recuperação econômica pós-gripo espanhola demonstraram que os locais que adotaram isolamento social na ocasião tiveram recuperação econômica mais rápida. A conclusão é de que medidas de contenção do contágio permitem que se retome mais rapidamente e de forma segura as atividades econômicas, além de evitar mortes. No Brasil, a política tem sido oposta: desde o início da pandemia, Bolsonaro minimiza o problema e tenta criar uma falsa oposição entre economia e saúde. No Rio Grande do Sul, o modelo de “distanciamento controlado” criado pelo governador Eduardo Leite tem gerado insegurança, promovido um “abre-e-fecha” descontrolado e se mostrado suscetível às pressões de prefeitos e empresários. O resultado é uma combinação do aumento do desemprego e da recessão com dezenas de milhares de vidas perdidas no Brasil – 1.750 no Rio Grande do Sul, até o fechamento desta matéria.