SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

TUTELA MILITAR

Relatório de militares sobre eleições não deveria nem ter existido; Ministério da Defesa frustra golpistas

O Ministério da Defesa divulgou, nessa quarta-feira, 9, seu relatório a respeito do processo eleitoral deste ano e da segurança das urnas eletrônicas. Sem qualquer comprovação ou mesmo indício de fraude, o relatório frustrou os golpistas que protestavam desde o final do segundo turno. De qualquer forma, trata-se de um relatório que sequer deveria ter existido, não fosse a tentativa do candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL), apostar na tutela militar nas eleições brasileiras.

Em agosto, o Sintrajufe/RS lançou campanha de mídia com o mote “Ovelha não é pra mato”, ditado popular sobre a necessidade de que cada coisa deva estar no seu devido lugar. A ação teve como objetivo defender o trabalho sério e dedicado dos servidores e servidoras da Justiça Eleitoral e que sofrem com os ataques do governo Bolsonaro que, sob o falso pretexto de “fraude nas urnas eletrônicas”, buscou colocar em questão a lisura do processo eleitoral. A campanha, divulgada em outdoors, spots de rádio e nas redes sociais, também criticou o avanço dos militares sobre funções civis, como a criação de uma “apuração paralela” com a finalidade nítida de tutelar o voto popular.


Meses antes das eleições, Bolsonaro passou a convocar os militares para ações de possível questionamento ao resultado eleitoral, projetando uma possível derrota que acabou se confirmando com a vitória de Lula (PT). Um dos centros dessa tentativa de tutela foi a realização de uma “auditoria” dos militares nas urnas, extrapolando o papel das Forças Armadas e colocando em questão até mesmo a honestidade e o trabalho sério dos servidores e das servidoras da Justiça Eleitoral, responsáveis, esses sim, pela condução do processo eleitoral.

Essas ações convergiram, assim, para o relatório divulgado nessa quarta, aguardado com expectativa por manifestantes golpistas que protestavam em rodovias e em frente a quartéis não aceitando a vitória de Lula e exigindo o que chamam de “intervenção federal”, um golpe de Estado. O TSE divulgou nota oficial comentando o “relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”. Publicações nas redes sociais demonstraram a frustração que alcançou o bolsonarismo, já que, embora busque deixar brechas para questionamentos golpistas, o relatório não foi capaz de apontar qualquer fraude nas eleições. Veja abaixo alguns exemplos:


É preciso punição aos crimes eleitorais e à ação golpista

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem de fato cabe proclamar o resultado das eleições, já reconheceu a vitória de Lula no segundo turno, como também já fizeram diversas organizações nacionais e internacionais.

Como o Sintrajufe/RS noticiou nessa quarta-feira, há empresários bolsonaristas por trás do financiamento dos protestos que vêm ocorrendo após o segundo turno. Chefes do Ministério Público de três estados – Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo – reuniram-se com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, e apontaram que os protestos são financiados por uma “grande organização criminosa” formada por empresários. A reunião foi realizada para que fossem informados os avanços nas investigações para identificar os organizadores dos atos ilegais.

Além dessas investigações, também estão sendo realizadas ações para identificar e punir os responsáveis por crimes eleitorais ocorridos no último período, em especial os bloqueios ilegais de rodovias e os cerca de 2 mil casos de assédio eleitoral denunciados no contexto do segundo turno das eleições.