SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Presidente do Sindipetro/RS denuncia manobras do governo para sabotar a Petrobras em favor de empresas estrangeiras

Em artigo publicado no jornal Zero Hora nesta segunda-feira, 27, o presidente do Sindipetro/RS, Fernando Maia da Costa, mostra ações que, desde o governo Temer, se estendendo na gestão Bolsonaro, têm se revelado como sabotagem à Petrobras. Essas ações, que passam pela suspensão de produção de gasolina para aviação (o Brasil é o único paí­s na América Latina a ter essa capacidade) e de combustí­veis de forma geral, com aumento de importação, inclusive de gás de cozinha, trazendo prejuí­zos para o povo brasileiro.

Leia o texto abaixo.

Gasolina adulterada e sabotagem

Recentemente, a imprensa noticiou que a gasolina de aviação importada pela Petrobras estava adulterada. Ao menos 73 denúncias sobre danos em aeronaves de pequeno porte chegaram à ANAC. Mas o estrago pode ser ainda maior, pois cerca de 12 mil aviões usam esse combustí­vel no paí­s.

O que não foi divulgado, mas é importante, é de que o Brasil não precisa importar este produto. Ele é o único paí­s da América Latina que produz a gasolina de aviação, mais especificamente na Refinaria de Cubatão (RPBC), em São Paulo.

No entanto, desde 2018 a unidade responsável por produzir este produto está hibernada. A justificativa é de que se trata de uma parada programada, mas a razão é outra: estimular a importação de derivados de petróleo que, desde Temer e agora sob a gestão Bolsonaro, tem se revelado uma sabotagem contra a Petrobras e o paí­s.

Em uma decisão irracional para os interesses nacionais, mas conveniente para as empresas estrangeiras, a Petrobras reduziu a produção de combustí­veis de suas refinarias para cerca de 70% de sua capacidade. Eis o resultado: em 2017, a importação de gasolina cresceu 82% e do diesel 67%.

Este fato para as multinacionais é um sonho antigo: tirar a gigante Petrobras do caminho. Para isso, contribuiu decisivamente também a criminosa polí­tica do governo de instituir a paridade internacional do preço dos combustí­veis. Para os brasileiros significa gás de cozinha, gasolina e diesel mais caros, mas para as multinacionais representa maior presença no mercado brasileiro e lucro.

A Petrobras é ví­tima de uma polí­tica destrutiva. A ameaça de venda de metade do parque de refino nacional é seu maior exemplo. Se para nós a bajulação bolsonarista a Trump só rende humilhação, para o estadunidense tem sido muito lucrativa. Só dos EUA, a importação de diesel passou de 41%, em 2015, para 82% em 2017.

Temos um governo que conspira contra nossa soberania, nosso povo e nossas vidas.

Fernando Maia da Costa

Presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul