O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e aliado do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes, veio a público defender o fim da Justiça do Trabalho. Representante típico do centrão , Jefferson deixa visível o incômodo dos grandes empresários com a proteção “ mesmo que ainda insuficiente “ que a Justiça do Trabalho tem garantido aos trabalhadores e às trabalhadoras em meio à crise sanitária e econômica.
Em entrevista ao UOL, o ex-deputado, cassado em 2005, afirmou que a Justiça do Trabalho, assim como o Ministério do Trabalho (já extinto por Bolsonaro), é um desastre e não tem mais que existir . Jefferson defendeu que os trabalhadores negociem diretamente as questões com os patrões, sem a necessidade da Justiça ou dos sindicatos. Ele parece ignorar os efeitos devastadores que a reforma trabalhista aprovada sob o governo de Michel Temer (MDB) tem legado ao mundo do trabalho, com o avanço da precarização e da informalidade sem a geração de empregos.
O governo Bolsonaro, apoiado por Roberto Jefferson, tenta aproveitar o momento da pandemia para avançar sobre os direitos dos trabalhadores e das trabalhadores. No setor privado, estimula demissões e suspensões de contratos e salários e nada faz para proteger a renda dos trabalhadores. Mesmo os mais pobres têm tido enormes dificuldades para sacar os R$ 600,00 do auxílio emergencial. No setor público, insiste em cortar os salários dos servidores e em desmontar os serviços públicos. Em alguns desses casos, a Justiça do Trabalho tem servido como salvaguarda para direitos garantidos legalmente, tanto na proteção à renda e ao emprego, quanto na defesa da saúde dos trabalhadores.
