SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

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Nota da Diretoria Executiva do Sintrajufe/RS defende a manutenção do isolamento para deter o avanço de uma tragédia maior

A pressão de empresários, com o apoio do governo Bolsonaro (sem partido), pela volta à normalidade em “nome da economia”, repete os mesmos passos mortais dados na Itália e nos Estados Unidos. Essa política gerou, apenas nas últimas 24 horas, 2.569 mortes, chegando-se a um total de 28.335 vidas perdidas, entre 637.359 casos confirmados em território estadunidense.

Ao mesmo tempo, a horrorizante situação de Guayaquil, onde sequer os corpos de familiares mortos eram recolhidos das casas, serve para lembrar que, em termos econômicos e sociais, estamos mais próximos do Equador do que da 4ª economia europeia (Itália).

Sabemos que há fontes de recursos para manter os empregos e a renda de trabalhadores e fornecer equipamentos de segurança para aqueles que exercem tarefas essenciais, pois o Brasil é o detentor do vergonhoso título de 2º maior concentrador de renda no mundo.

Segundo relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) apenas os 1% mais ricos concentram 28,3% da renda total do país. Ou seja, quase um terço da renda está nas mãos de pouquíssimas famílias. O governo, no entanto, escolhe o caminho que avança a desregulamentação dos empregos, iniciada com a Reforma Trabalhista, e joga trabalhadoras e trabalhadores na insegurança social.

A queda do ministro da Saúde nesta quinta-feira, 16, não muda essencialmente nada no caráter do governo Bolsonaro. Seu ministro foi responsável por mandar embora os médicos cubanos que atendiam milhares de brasileiros, deixados sem qualquer assistência, e assumiu o ministério da Saúde com uma meta: acabar com a gratuidade no SUS. Entretanto, considerando as aparentes divergências que este expunha com o pensamento de Bolsonaro, sua demissão/saída é o sinal de que o governo irá acelerar a marcha à morte e ao caos, flexibilizando os termos do afastamento social e aumentando o risco as nossas vidas.

Se o governo tivesse disposição de defender a vida do povo, deveria revogar a emenda constitucional 95/2016, taxar as grandes empresas e as grandes fortunas, dispor das reservas internacionais que beiram os 350 bilhões de dólares e proteger empregos e renda da classe trabalhadora.

O Sintrajufe/RS continuará denunciando e tomando todas as medidas necessárias para manter servidoras e servidores do Poder Judiciário da União e do Ministério Público Federal, juntamente com os demais trabalhadores e trabalhadoras de serviços que não sejam essenciais, em casa para proteger suas vidas e as vidas de suas famílias. Ao mesmo tempo, não aceitamos as tentativas do governo de confiscar o salário dos servidores públicos. Em defesa daqueles que forem trabalhar em regime de plantão, como OJs e ASs nos nossos Tribunais, seguiremos exigindo, inclusive com medidas judiciais, o fornecimento de todos os equipamentos de segurança. Estaremos ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizados e do setor privado nas ações que impeçam a redução de direitos e valorizem à vida, porque sabemos que somente juntos vamos impedir que o governo Bolsonaro arraste o Brasil para o abismo.

Diretoria Executiva do Sintrajufe/RS, 16 de abril de 2020.