SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

PRIVATIZAÇÃO BARRADA

Ministra comunica Rio Grande do Sul sobre reversão da liquidação da Ceitec e trabalhadores esperam plano de reestruturação

Em reunião realizada na última quarta-feira, 11, em Brasília, a ministra Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, comunicou ao vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, a decisão do governo federal de suspender o processo de liquidação da Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), única fabricante nacional de semicondutores sediada em Porto Alegre.

Fundada em 2008, durante o segundo governo Lula, a empresa foi colocada em processo de liquidação pelo governo Bolsonaro em dezembro de 2020, mas o processo foi interrompido por determinação do Tribunal de Contas da união (TCU) em setembro de 2021. A reversão do processo foi colocada como uma das demandas da equipe de transição do novo governo Lula para a área de Ciência e Tecnologia.

Em resposta a questionamento do site Sul 21, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacou, contudo, que ainda não é possível antecipar as medidas que serão tomadas para a reversão do processo.

Necessidade de recuperação do quadro funcional

Presidente da associação dos colaboradores da Ceitec (Acceitec), Sílvio Luís dos Reis Santos Júnior afirma que a reversão da liquidação é uma luta dos funcionários que ainda permanecem vinculados à estatal. Contudo, ele pontua que a categoria tem preocupação sobre o futuro da empresa, para que ela não “caia em problemas recorrentes do passado”.

Sílvio destaca que um dos aspectos mais importantes da reestruturação é a recuperação do quadro de funcionários da Ceitec, que chegou a ser de 184 trabalhadores. Nas diversas rodadas de demissões que ocorreram entre fevereiro e agosto de 2021, cerca de 110 pessoas foram desligadas, com outras deixando a empresa diante do quadro de instabilidade. Atualmente, 67 pessoas seguem vinculadas à Ceitec, diz Sílvio. “A gente vai buscar junto ao Tribunal Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho a reintegração das pessoas que foram demitidas no processo da liquidação sem a devida a correspondência de fatos. As pessoas foram demitidas sem uma causa, porque a empresa continua aberta até hoje, ela não fechou, então o motivo demissional se perdeu e o liquidante da empresa não respeitou também a questão da negociação sindical que foi definida em agosto passado, pelo STF, como imprescindível”, explica Sílvio, referindo-se ao capitão da Marinha Abílio Eustaquio de Andrade, nomeado pelo governo Bolsonaro como liquidante da Ceitec, isto é, o responsável pelo seu fechamento.

Para o presidente da Acceitec, a reestruturação da empresa deve passar por um novo plano nacional de nano e microeletrônica, o que foi praticamente extinto nos últimos quatro anos, a ser elaborado de forma conjunta pelos ministérios da Ciência e Tecnologia, Educação, Indústria e Comércio e Relações Exteriores.

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: Sul 21