SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT

EM DEFESA DA EDUCAÇÃO

Milhares saem às ruas de Porto Alegre contra os cortes na educação e na ciência

Milhares de estudantes e educadores saí­ram às ruas de Porto Alegre, no final da tarde dessa terça-feira, 18, marcando o Dia Nacional de Luta contra os Cortes na Educação e na Ciência. Houve atos unificados por todo o Brasil com a participação de movimentos estudantis, sociais e sindicatos contra os bloqueios de recursos nos orçamentos.

No dia 30 de setembro, o governo de Jair Bolsonaro (PL) publicou decreto bloqueando de forma imediata R$ 2,4 bilhões de recursos do Ministério da Educação (MEC), sendo R$ 328,5 milhões do orçamento das universidades federais. Diante da pressão das entidades, o ministro da Educação, Victor Godoy, recuou e anunciou a reversão do bloqueio no dia 7 de outubro.

A concentração para o ato aconteceu em frente à Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), às 17h. Em seguida, a mobilização seguiu para a reitoria, onde ecoaram gritos contra o atual reitor, Carlos André Bulhões Mendes, que assumiu a Reitoria por nomeação de Bolsonaro mesmo sendo o último colocado na lista trí­plice enviada pela comunidade acadêmica.

Veja abaixo reportagem da TVT sobre as mobilizações:

Sobre os cortes

Levantamento realizado pelo Sou Ciência (Centro de Estudos Universidade, Sociedade e Ciência da Unifesp), em parceria com o Instituto Serrapilheira, mostrou que, no governo Bolsonaro, as verbas de custeio e investimento em universidades federais caí­ram 45% e 50%, respectivamente. Em 2021, foram investidos somente R$ 129 milhões no patrimônio das universidades, como aquisição de imóveis e terrenos, reformas e obras, além da compra de equipamentos, computadores, livros e materiais permanentes. Levando em conta os últimos 22 anos, 2014 teve o maior volume de investimentos já registrados, em R$ 1,5 bilhão, com uma redução de 94% ao longo dos últimos oito anos.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em nota técnica em que analisa os impactos do decreto do dia 30 de setembro, constatou que haveria um corte de 5,8% no orçamento do Ministério da Educação, o que representaria um contingenciamento de R$ 328,5 milhões nos recursos disponí­veis para o custeio das universidades federais. A entidade pontuou ainda que, se somados todos os cortes do ano, o orçamento das universidades aprovado para 2022 seria reduzido em R$ 763 milhões.

Editado por Sintrajufe/RS; fonte: CUT/RS.